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31/05/2007 - 20h41

Após ano crítico, tropas dos EUA no Iraque registram baixas recorde

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da Folha Online

Depois de atravessarem o ano mais violento desde a invasão do Iraque, em 2006, o número de soldados americanos mortos no mês de maio chegou a 122 nesta quinta-feira, tornando este o pior mês para as tropas dos EUA em mais de dois anos. Desde a invasão, este número de mortos em um mês só foi superado duas vezes --em novembro de 2004, quando 137 soldados morreram, e em abril de 2004, que teve 135 mortes.

28.mai.2007/Reuters
Soldado americano vigia local de explosão; 122 morreram em maio, recorde desde 2004
Soldado americano vigia local de explosão; 122 morreram em maio, recorde desde 2004

O período entre março de 2006 e março de 2007 foi considerado o mais violento do conflito --até agora. De acordo com informações do Pentágono, um total de 3.473 soldados americanos morreram no Iraque desde o início do conflito, que já dura 1.534 dias. A proporção é de dois soldados mortos para cada dia de conflito.

O recorde foi registrado com as mortes de mais dois soldados americanos após a explosão de uma bomba colocada em uma estrada durante operações de combate no sudoeste de Bagdá ontem. Outros dois soldados ficaram feridos na ação. Um terceiro soldado também morreu hoje, vítima de ferimentos causados por uma explosão na última terça-feira.

Já o número de iraquianos mortos é muito superior: segundo a Reuters, entre 4.900 e 6.375 soldados iraquianos morreram desde 2003, enquanto entre 64.664 e 70.815 civis iraquianos morreram no mesmo período.

Não há taxas oficiais de mortos iraquianos, e os números são baseados em pesquisas independentes e no site IraqBodyCount, que se baseia em relatos da mídia. O IraqBodyCount afirma que suas estimativas são provavelmente inferiores ao número real de mortos.

Ano crítico

O saldo crítico chega pouco depois que o quarto ano do conflito no Iraque, que acabou em março último, foi considerado o pior desde a invasão do país.

Maya Alleruzzo/AP
Soldado americano bebe água durante patrulha no Iraque; 122 americanos morreram em maio
Soldado americano bebe água durante patrulha no Iraque; 122 americanos morreram em maio

O site IraqBodyCount , que reúne acadêmicos e ativistas de direitos humanos para estabelecer uma base de dados independente sobre mortes no Iraque, afirmou que, em todos os indicadores disponíveis, o período entre março de 2006 e março de 2007 foi o mais violento contra os civis desde o início do conflito.

Segundo o grupo, quase metade (44%) de todas as mortes violentas de civis depois da fase inicial de invasão do Iraque ocorreram no quarto ano. Comparado com o ano anterior, os ataques com morteiros que resultaram em mortes de civis quase quadruplicaram, passando de 73 para 289. Já os grandes atentados a bombas com mais de 50 vítimas praticamente dobraram, subindo de nove para 17.

Os atentados fatais com terroristas suicidas, carros-bomba e bombas colocadas em vias públicas foram de 712 para 1.476. No país, a capital registra os piores índices: no total, um em cada 160 iraquianos que vivem em Bagdá foram mortos violentamente desde 2003, o que representa 64% das mortes registradas até agora.

Novos ataques

O Exército dos EUA também divulgou hoje que outros oito soldados ficaram feridos em um ataque suicida com carro-bomba em um posto de controle na região sunita de Adamiya, ao norte de Bagdá. Três civis iraquianos, entre eles uma criança, ficaram feridos na ação.

Os EUA já admitiram que poderão sofrer mais baixas no Iraque devido à operação de segurança em curso em Bagdá desde fevereiro, que visa deter a violência sectária. A maioria dos soldados dos EUA morrem em ataques com bombas deixadas na beira de estradas.

Karim Kadim/AP
Moradores de Sadr City observa carro atingido por ataque aéreo dos EUA
Moradores de Sadr City observa carro atingido por ataque aéreo dos EUA

Ainda nesta quinta-feira, um suicida atingiu um centro de recrutamento da polícia em Fallujah, a oeste de Bagdá, matando ao menos 20 pessoas e ferindo outras 50, informou a polícia iraquiana. A aliança radical Estado Islâmico do Iraque, liderada pela rede terrorista Al Qaeda, assumiu a autoria deste atentado em um comunicado publicado na internet.

Dezenas de pessoas estavam no local em resposta a uma convocação do Conselho de Salvação da Província --formado por chefes tribais contrários aos insurgentes--, que havia pedido aos cidadãos de Al Anbar que se inscrevessem para as forças de segurança.

Ao menos dez policiais estão entre os mortos no ataque, ocorrido por volta das 11h (4h de Brasília). Fallujah, localizada na Província de Anbar, fica 65 quilômetros a oeste de Bagdá.

Postos policiais e centros de recrutamento vem sendo alvos freqüentes de ataques de insurgentes sunitas.

Em Ramadi, 110 km ao oeste de Bagdá, um caminhão-bomba explodiu hoje, matando cinco pessoas e deixando 15 feridos, segundo informações da polícia citadas pela agência Reuters.

Seqüestro

Também nesta quinta-feira, forças dos EUA intensificaram as buscas pelos cinco britânicos seqüestrados na terça-feira (29) no prédio do Ministério das Finanças, no leste de Bagdá.

Marcelo Katsuki/Fol

O grupo incluía quatro guarda-costas de uma empresa de segurança canadense e um funcionário de uma empresa de consultoria americana. Os cinco reféns foram levados do ministério por cerca de 40 homens fortemente armados com uniformes policiais em plena luz do dia nesta terça-feira.

Eles dirigiam um comboio de cerca de 19 picapes e partiram em direção a Sadr City, de acordo com oficiais iraquianos dos ministérios do Interior e das Finanças.

Um alto oficial do Ministério do Interior, que falou em condição de anonimato, afirmou ontem que as autoridades suspeitavam de que os cinco teriam sido seqüestrados pelo Exército de Mehdi, porque a área de onde eles foram retirados é controlada pela milícia.

Mais de 200 estrangeiros e milhares de iraquianos foram seqüestrados desde a invasão dos EUA ao país, em 2003, que derrubou o regime do ditador Saddam Hussein. Grande parte dos reféns estrangeiros foram libertados pouco tempo depois, mas cerca de 60 foram mortos pelos seqüestradores.

Com IraqBodyCount, Reuters e Associated Press

 

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