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08/06/2007 - 23h25

Bush diz que continuará negociação com Polônia sobre escudo antimísseis

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da Efe

O presidente dos EUA, George W. Bush, disse hoje que dará prosseguimento às negociações com a Polônia para a instalação de um sistema antimísseis, apesar de a Rússia ter proposto àquele país um mecanismo alternativo sem instalações no Leste Europeu.

Em um encontro com o presidente da Polônia, Lech Kaczynski, Bush deixou claro que os EUA continuarão com seu plano, enquanto iniciam um diálogo com o Kremlin.

"Agradeço o apoio à instalação do sistema antimísseis aqui na Polônia", disse Bush, que permaneceu no país por três horas.

O presidente americano afirmou que os EUA negociarão "um acordo justo" com o governo de Varsóvia para a construção das instalações, que devem abrigar dez foguetes antimísseis.

O pacto "reforçará a segurança da Polônia e de todo o continente contra regimes renegado que podem querer extorquir as nações livres", acrescentou.

A Casa Branca incluiu a visita-relâmpago de Bush à Polônia para expressar seu apoio ao governo, que se mostrou disposto a cooperar com o projeto militar americano frente às pressões russas.

O governo polonês foi enfático. "Não queremos o retorno do passado", disse Kaczynski em referência às mais de quatro décadas em que a Polônia esteve sob o controle de Moscou.

O protesto também não tardou a acontecer. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou veementemente a instalação dos mísseis na Polônia, assim como a de um radar na República Tcheca, dois países que até 1991 faziam parte da União Soviética.

Na última quinta, ao saber da decisão americana, Putin fez uma contraproposta, surpreendo até mesmo Bush na reunião do G8 (os sete países mais desenvolvidos do mundo e a Rússia) em Heiligendamm (Alemanha), que terminou hoje.

O líder russo sugeriu criar um escudo antimísseis em conjunto, que usaria um radar já existente no Azerbaijão.

Hoje, o Governo azeri disse estar aberto a discutir a idéia do uso conjunto pela Rússia e pelos EUA das instalações situadas em Gabala, a 250 quilômetros da capital (Baku).

No encontro com Bush, Putin propôs o adiamento da instalação dos mísseis até que se comprove que um país hostil como o Irã possui armamentos com autonomia suficiente para chegar à Europa.

O presidente russo chegou a aceitar hoje, em entrevista coletiva em Heiligendamm, a idéia de se instalar os foguetes, mas não na Europa Oriental, e sim na Turquia, no Iraque ou em plataformas marítimas ou navios.

Rússia e EUA decidiram formar um grupo de trabalho com especialistas militares e dos ministérios de assuntos exteriores para discutir "diferentes oportunidades e opções" de cooperação na defesa antimísseis, declarou Bush.

"O que teremos é uma série de conversas, nenhuma resposta imediata, sobre algo que é muito complexo", disse hoje Dana Perino, porta-voz da Casa Branca.

Enquanto isto, os EUA continuarão com as negociações com Varsóvia e, provavelmente, também com Praga sobre seu plano.

Bush, que não economizou menções à reunião com Putin durante seu encontro com Kaczynski, reiterou que os EUA "receberiam positivamente" a cooperação russa no sistema antimísseis, que "não está dirigido contra a Rússia".

Já o presidente polonês afirmou que a Rússia deveria se sentir "segura" com o plano antimísseis, já que ele "aumenta a capacidade de defesa frente a atos irresponsáveis".

No entanto, Kaczynski não quis opinar sobre a nova proposta russa. "Somente posso dizer que o presidente George Bush nos informou sobre o assunto por sua própria iniciativa, sem que lhe fizéssemos nenhuma pergunta", disse.

Bush, que voou hoje mesmo de Gdansk a Roma, aparentava estar de bom humor e bem fisicamente, apesar de uma indisposição estomacal que o obrigou a cancelar parte de sua agenda nesta manhã.

 

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