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11/06/2007 - 13h01

Confrontos entre facções rivais deixam seis mortos em Gaza

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da Folha Online

Seis palestinos foram mortos nesta segunda-feira em confrontos de facções rivais na faixa de Gaza, informaram fontes médicas. Três dos mortos estavam feridos em um hospital e foram assassinados lá por homens armados que invadiram o centro médico, disseram funcionários locais.

Os três mortos eram membros do movimento nacionalista Fatah, do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas. Assim como o grupo rival Hamas, o Fatah possuem braço armado e político. Eles foram assassinados no hospital Beit Hanoun, em Gaza.

Aparentemente, os assassinatos foram uma vingança pela morte de um membro do Hamas.

Também hoje, foi divulgado que homens armados atacaram a casa do premiê palestino, Ismail Haniyeh, e atiraram contra escritórios do Ministério da Cultura e dos Esportes, administrados pelo Hamas em Gaza, interrompendo o cessar-fogo acordado no sábado (9) entre os rivais Fatah e Hamas.

Trégua rompida

Não houve relato de vítimas na ação contra a casa de Haniyeh, localizada perto do campo de refugiados de Shati, ao lado da Cidade de Gaza. Não ficou claro se o premiê estava em casa no momento do ataque. Segundo sua família, seus filhos e netos estavam no local.

Mohammed Salem/Reuters
Homens armados do Fatah vão a funeral de membro da guarda presidencial em Gaza
Homens armados do Fatah vão a funeral de membro da guarda presidencial em Gaza

Foi a primeira vez em um mês que Haniyeh foi o aparente alvo de um ataque.

No acordo fechado no sábado, alcançado por uma comissão das facções com a mediação de funcionários de segurança egípcios destacados em Gaza, os dois lados comprometeram-se a suspender as barreiras das ruas e a retirar franco-atiradores posicionados em telhados.

Desde a quinta-feira (7), ao menos outras seis pessoas haviam morrido e mais de 50 ficaram feridas em confrontos armados entre Hamas e Fatah. Os novos ataques colocam em xeque a duração da trégua.

"O cessar-fogo pode entrar em colapso de as violações não cessarem", disse um funcionário envolvido nas negociações à agência de notícias Reuters, em condição de anonimato.

Pouco após o início oficial do cessar-fogo, neste domingo, homens armados atacaram o escritório do ministro dos Esportes, Bassem Naim, do Hamas, que é aliado próximo de Haniyeh, de acordo com assessores. Naim não ficou ferido na ação.

Anteriormente, homens armados lançaram granadas contra uma delegacia de polícia.

Integrantes de ambos os partidos continuam a bloquear intersecções em Gaza, em violação ao acordo. Desde um primeiro cessar-fogo declarado há um mês, mais de 50 palestinos morreram em uma onda de violência que eclodiu em Gaza, em sua maioria extremistas.

Mais de 600 palestinos morreram em confrontos desde a vitória do Hamas nas eleições parlamentares de janeiro de 2006.

Acordo

O acordo visa permitir que os cerca de 700 mil estudantes de Gaza e da Cisjordânia possam realizar seus exames escolares com segurança. "Estes confrontos são lamentáveis", afirmou o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, em uma escola em Ramallah. Segundo ele, Fatah e Hamas trabalham para dar fim à violência.

Mohammed Salem/Reuters
Estudantes palestinos fazem exame final em escola de Gaza; ataque ameaça trégua
Estudantes palestinos fazem exame final em escola de Gaza; ataque ameaça trégua

Os exames tiveram início em Gaza e na Cisjordânia mas os estudantes precisam procurar atalhos para chegar às escolas sem correr o risco de serem atingidos por tiros.

Daliya Naji, 16, estudante da Cidade de Gaza, disse que os sons dos confrontos a mantém acordada durante a noite.

"Sou uma boa aluna, mas minha cabeça está vazia. Não consigo pensar em mais nada, não sei mais o que fazer", afirmou.

"O Fatah e o Hamas não se importam que tenhamos nossos exames finais hoje", disse o estudante Musbah Abu al Kheir,17.

"Como podemos fazer exames ao som de tiros e sirenes de ambulâncias?", questiona.

Com Associated Press, Efe e Reuters

 

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