Publicidade
Publicidade
08/10/2001
-
03h38
da Folha de S.Paulo
A praça financeira do país deve acordar hoje assustada com os primeiros estilhaços da ofensiva americana ao Afeganistão. Ainda na tarde de ontem, depois do início da ação militar, executivos de grandes bancos que operam no Brasil foram convocados para participar de reuniões de emergência. A previsão é que ocorra forte pressão de alta sobre o dólar
e que a Bolsa caia.
O receio é que o novo conflito leve a um desaquecimento ainda maior da economia mundial, o que tem efeito direto sobre as contas externas brasileiras. Em um cenário internacional adverso, exportações tendem a cair e investidores evitam mercados emergentes como. Na outra ponta, a crise pode elevar o preço do petróleo, pressionando as importações brasileiras. "Embora estivessem todos de sobreaviso, ainda havia esperança de que Bin Laden fosse capturado e que não houvesse guerra", disse ontem à Folha Cláudio Lellis, diretor da filial do italiano BNL no país.
O economista Carlos Langoni, da FGV, avalia que o ataque americano ao Afeganistão tende a reduzir o fluxo de capitais para o Brasil. Segundo ele, a sensação de incerteza tende a aumentar e investir em países emergentes passa a ser uma aplicação de alto risco.
O ataque ao Afeganistão piora as perspectivas de uma semana que já não começava muito bem para os mercados emergentes. Investidores estavam ansiosos em razão das eleições legislativas na Argentina, marcadas para o dia 14. "Os ataques aumentarão o sentimento de aversão ao risco", afirmou Lenora Suki, estrategista do Santander Investment em Nova York. "Aumentará a pressão em mercados emergentes como o do Brasil e da Argentina."
No mundo
A ofensiva dos EUA contra o Afeganistão já era esperada pelos investidores, mas deve causar estrago nos mercados financeiros de todo o mundo, dizem analistas. O tamanho desse estrago nos EUA e na Europa ainda é incerto e vai depender do desenrolar da ação militar.
Os mercados futuros dos EUA em Chicago abriram ontem à noite com queda moderada. A cautela dos investidores fez com que poucos negócios fossem registrados nas primeiras horas de funcionamento. Nos mercados da Austrália e da Nova Zelândia, o dólar recuava.
Existe a expectativa de que os preços do petróleo e do ouro avancem nas primeiras horas desta segunda-feira, à semelhança do que ocorreu logo após os atentados aos EUA no último dia 11 de setembro. Analistas disseram ontem que a Bolsa de Nova York pode cair até 3%.
Com agências internacionais
Leia mais no especial sobre os ataques ao Afeganistão
Leia mais no especial sobre Taleban
Leia mais no especial sobre Paquistão
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Real sofrerá pressão do mercado após ofensiva dos EUA
Publicidade
A praça financeira do país deve acordar hoje assustada com os primeiros estilhaços da ofensiva americana ao Afeganistão. Ainda na tarde de ontem, depois do início da ação militar, executivos de grandes bancos que operam no Brasil foram convocados para participar de reuniões de emergência. A previsão é que ocorra forte pressão de alta sobre o dólar
e que a Bolsa caia.
O receio é que o novo conflito leve a um desaquecimento ainda maior da economia mundial, o que tem efeito direto sobre as contas externas brasileiras. Em um cenário internacional adverso, exportações tendem a cair e investidores evitam mercados emergentes como. Na outra ponta, a crise pode elevar o preço do petróleo, pressionando as importações brasileiras. "Embora estivessem todos de sobreaviso, ainda havia esperança de que Bin Laden fosse capturado e que não houvesse guerra", disse ontem à Folha Cláudio Lellis, diretor da filial do italiano BNL no país.
O economista Carlos Langoni, da FGV, avalia que o ataque americano ao Afeganistão tende a reduzir o fluxo de capitais para o Brasil. Segundo ele, a sensação de incerteza tende a aumentar e investir em países emergentes passa a ser uma aplicação de alto risco.
O ataque ao Afeganistão piora as perspectivas de uma semana que já não começava muito bem para os mercados emergentes. Investidores estavam ansiosos em razão das eleições legislativas na Argentina, marcadas para o dia 14. "Os ataques aumentarão o sentimento de aversão ao risco", afirmou Lenora Suki, estrategista do Santander Investment em Nova York. "Aumentará a pressão em mercados emergentes como o do Brasil e da Argentina."
No mundo
A ofensiva dos EUA contra o Afeganistão já era esperada pelos investidores, mas deve causar estrago nos mercados financeiros de todo o mundo, dizem analistas. O tamanho desse estrago nos EUA e na Europa ainda é incerto e vai depender do desenrolar da ação militar.
Os mercados futuros dos EUA em Chicago abriram ontem à noite com queda moderada. A cautela dos investidores fez com que poucos negócios fossem registrados nas primeiras horas de funcionamento. Nos mercados da Austrália e da Nova Zelândia, o dólar recuava.
Existe a expectativa de que os preços do petróleo e do ouro avancem nas primeiras horas desta segunda-feira, à semelhança do que ocorreu logo após os atentados aos EUA no último dia 11 de setembro. Analistas disseram ontem que a Bolsa de Nova York pode cair até 3%.
Leia mais no especial sobre os ataques ao Afeganistão
Leia mais no especial sobre Taleban
Leia mais no especial sobre Paquistão
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice