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08/07/2007 - 18h21

Fidel Castro comenta planos da CIA para matá-lo em artigo

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da Efe, em Havana

Após uma semana de silêncio, Fidel Castro escreveu em sua coluna de opinião publicada neste domingo (8) sobre os documentos divulgados pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, a CIA. Ele afirma que seu objetivo é demonstrar o "imenso grau de hipocrisia" e a "total ausência de ética" do governo dos Estados Unidos.

"Meu objetivo não é reforçar conceitos mencionados em outras reflexões. Partindo de fatos simples, meu propósito é demonstrar o imenso grau de hipocrisia e a total ausência de ética que caracterizam as ações, caóticas por natureza, do governo dos EUA", afirma o líder cubano no extenso artigo de sua série Reflexões, publicada pelo jornal oficial "Juventud Rebelde".

Há quase um ano Fidel se recupera de uma doença intestinal e desde o fim de março publica na imprensa local artigos chamados de Reflexões, nos quais abordou temas internacionais e dedicou a maioria a criticar o Governo de Washington e seu atual presidente, George W. Bush.

Richard Nixon

No novo artigo, com o título de "A Tirania Mundial", Castro dedica um grande espaço à reunião que teve em abril de 1959 com o então vice-presidente dos EUA, Richard Nixon, durante uma visita ao território americano, e afirma que Nixon o tratou como "um ignorante em matéria de economia".

"Minha única recordação era em explicar com franqueza meu pensamento a um vice-presidente e provável futuro Presidente dos Estados Unidos, especialista em concepções econômicas e métodos imperiais de governo nos quais em alguns momento eu não acreditava", afirmou Fidel.

Castro relembra o encontro: "Quando Nixon começava a falar, não havia quem o parasse. Tinha o hábito de dar sermões aos líderes latino-americanos. Não levava anotações do que pretendia dizer, não anotava o que dizia. Respondia a perguntas que não eram feitas".

"Incluía temas apenas a partir das opiniões prévias que tinha sobre o interlocutor. Nem um aluno do primário espera receber tantas aulas juntas sobre democracia, anticomunismo e outras matérias na arte de governar", afirma.

Com relação a sua opinião sobre a personalidade de Nixon, conclui: "Era fanático pelo capitalismo desenvolvido e por seu domínio do mundo por direito natural. Ele idealizava o sistema. Não aceitava outra coisa, nem existia a menor possibilidade de comunicação com ele".

Fidel também comenta alguns dos mais de 600 projetos da CIA para tentar matá-lo, inclusive antes da vitória na revolução que levou o líder cubano ao poder em 1959, quando ainda participava da guerrilha da Sierra Maestra.

Entre eles, comenta uma tentativa de mafiosos vinculados à CIA de envenená-lo em 1960. O encarregado da missão seria Juan Orta, um funcionário do Governo cubano que tinha acesso ao escritório do presidente e a quem Fidel chama de "traidor".

 

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