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24/10/2001
-
04h56
ANTONIO CARLOS DE FARIA
da Folha de S.Paulo, no Rio
O presidente Fernando Henrique Cardoso criticou ontem, sem citar nomes, os Estados Unidos e países desenvolvidos que não adotaram políticas de redução de emissão de poluentes atmosféricos, dizendo que eles agora, em decorrência do terrorismo, estão percebendo a necessidade de uma "globalização mais solidária".
As declarações foram feitas durante discurso em reunião de ministros do meio ambiente de 34 países da América Latina e do Caribe, no Rio, preparatória para a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, que se realizará no próximo ano, na África do Sul. O presidente citou a conferência no Japão, que deliberou pela redução dos poluentes atmosféricos, dizendo que ela representou um grande avanço nas relações mundiais.
"O fato é que, de uma maneira trágica, os países que não deram tanta atenção a esses problemas, que tenham tomado deliberações unilaterais, agora percebem com mais força a necessidade de uma globalização solidária", afirmou o presidente.
Para Fernando Henrique, esses países "estão fazendo face a um inimigo que é o terrorismo, que não pode ser vencido no isolamento, numa determinação isolada de uma potência, por mais forte que ela seja".
Logo no início de sua fala, Fernando Henrique disse que a questão do terrorismo não pode colocar a discussão sobre os problemas ambientais em segundo plano nas relações internacionais.
"O terrorismo não pode silenciar a agenda da cooperação internacional. Se deixarmos isso acontecer, estaremos fazendo o jogo do inimigo", disse o presidente.
Autocrítica
A crítica aos países desenvolvidos foi seguida de uma autocrítica. Fernando Henrique disse que o Brasil é um país com grandes recursos hídricos, mas que falhas no planejamento do uso desses recursos ocasionaram o racionamento de energia.
Essas falhas, segundo ele, estariam agora sanadas pela criação de uma agência voltada para o planejamento do uso da água. "O fato de dispormos de recursos apenas aumenta nossas responsabilidades" afirmou o presidente, estendendo sua análise para todos os países representados na reunião, que, na sua opinião, dispõem da "maior biodiversidade do mundo, assim como das maiores bacias hidrográficas".
O presidente defendeu a idéia de que os países pobres devem receber compensações dos países ricos para poder alcançar desenvolvimento econômico e ao mesmo tempo manter políticas de preservação ambiental.
Essa idéia foi uma das propostas aprovadas pelos ministros presentes no encontro do Rio.
Para Fernando Henrique, o conceito do desenvolvimento sustentável, formulado nas últimas décadas, será uma linha de orientação obrigatória nas políticas mundiais, neste século.
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As declarações foram feitas durante discurso em reunião de ministros do meio ambiente de 34 países da América Latina e do Caribe, no Rio, preparatória para a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, que se realizará no próximo ano, na África do Sul. O presidente citou a conferência no Japão, que deliberou pela redução dos poluentes atmosféricos, dizendo que ela representou um grande avanço nas relações mundiais.
"O fato é que, de uma maneira trágica, os países que não deram tanta atenção a esses problemas, que tenham tomado deliberações unilaterais, agora percebem com mais força a necessidade de uma globalização solidária", afirmou o presidente.
Para Fernando Henrique, esses países "estão fazendo face a um inimigo que é o terrorismo, que não pode ser vencido no isolamento, numa determinação isolada de uma potência, por mais forte que ela seja".
Logo no início de sua fala, Fernando Henrique disse que a questão do terrorismo não pode colocar a discussão sobre os problemas ambientais em segundo plano nas relações internacionais.
"O terrorismo não pode silenciar a agenda da cooperação internacional. Se deixarmos isso acontecer, estaremos fazendo o jogo do inimigo", disse o presidente.
Autocrítica
A crítica aos países desenvolvidos foi seguida de uma autocrítica. Fernando Henrique disse que o Brasil é um país com grandes recursos hídricos, mas que falhas no planejamento do uso desses recursos ocasionaram o racionamento de energia.
Essas falhas, segundo ele, estariam agora sanadas pela criação de uma agência voltada para o planejamento do uso da água. "O fato de dispormos de recursos apenas aumenta nossas responsabilidades" afirmou o presidente, estendendo sua análise para todos os países representados na reunião, que, na sua opinião, dispõem da "maior biodiversidade do mundo, assim como das maiores bacias hidrográficas".
O presidente defendeu a idéia de que os países pobres devem receber compensações dos países ricos para poder alcançar desenvolvimento econômico e ao mesmo tempo manter políticas de preservação ambiental.
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Para Fernando Henrique, o conceito do desenvolvimento sustentável, formulado nas últimas décadas, será uma linha de orientação obrigatória nas políticas mundiais, neste século.
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