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26/10/2001
-
04h56
da Folha de S.Paulo
A ONU estaria elaborando um plano para a composição de um governo de transição no Afeganistão em um período pós-Taleban, segundo diplomatas europeus no Irã ouvidos pelo diário britânico "Financial Times".
Doze ministros, representando de forma proporcional as etnias do país, revezariam-se no posto de presidente pelo período de um ano. O cargo, no entanto, seria apenas simbólico. O poder estaria dividido entre os ministros, que deveriam convocar eleições gerais ao fim dos doze meses.
A Loya Jirga, tradicional assembléia tribal afegã, poderia ser convocada. Os papéis do ex-rei Zahir Shah, 86, principal líder afegão no exílio, e o da Aliança do Norte ainda não teriam sido definidos.
Não estaria decidido ainda se integrantes do Taleban poderiam compor o novo governo.
Líderes tribais
Uma conferência de líderes tribais afegãos terminou ontem em Peshawar (Paquistão) com um pedido para os "estrangeiros deixarem o país" e uma disposição de compor uma "Aliança do Sul", em contraposição à Aliança do Norte, principal força de oposição ao Taleban no Afeganistão.
Reunindo mais de 1.500 pessoas, entre líderes tribais, estudiosos do islã e políticos exilados do Afeganistão, a convenção exigiu a saída do saudita Osama bin Laden e de outros integrantes de sua rede terrorista Al Qaeda, vários deles de origem árabe.
Opositores ao Taleban e contrários à Aliança do Norte, os líderes tribais propõem uma idéia, com alguns pontos similares à que estaria sendo elaborada pela ONU. Defendem o retorno do ex-rei, que convocaria a Loya Jirga, numa espécie de coalizão do sul do país, liderada pela etnia
pashtu, majoritária entre os afegãos, e envolvendo moderados do Taleban.
Na avaliação dos líderes tribais, a Aliança do Norte não é legítima, por ser controlada por minorias étnicas no Afeganistão, como os tadjiques e os uzbeques. Para agravar, dizem, o governo aliancista foi um fracasso no período em que esteve no poder (1992-96).
Mal terminado o encontro, o grupo sofreu um revés com a decisão do premiê britânico, Tony Blair, de nomear um embaixador para a Aliança do Norte, em um sinal de que o país estaria disposto a reconhecer a coalizão opositora ao Taleban como a legítima sucessora do regime extremista.
A nomeação de um embaixador britânico para a Aliança do Norte não foi comentada pelos líderes tribais. Segundo um porta-voz da chancelaria britânica, a nomeação do diplomata Paul Bergne se deve ao importante papel que a Aliança do Norte vem tendo nos atuais acontecimentos.
A Aliança do Norte representa de certa forma o governo afegão do presidente Burhanuddin Rabbani, integrante da coalizão e reconhecido pela ONU.
Ainda durante o encontro, os líderes tribais fizeram um apelo para os Estados Unidos encerrarem os bombardeios ao país.
Com agências internacionais
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ONU estaria planejando novo governo afegão
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A ONU estaria elaborando um plano para a composição de um governo de transição no Afeganistão em um período pós-Taleban, segundo diplomatas europeus no Irã ouvidos pelo diário britânico "Financial Times".
Doze ministros, representando de forma proporcional as etnias do país, revezariam-se no posto de presidente pelo período de um ano. O cargo, no entanto, seria apenas simbólico. O poder estaria dividido entre os ministros, que deveriam convocar eleições gerais ao fim dos doze meses.
A Loya Jirga, tradicional assembléia tribal afegã, poderia ser convocada. Os papéis do ex-rei Zahir Shah, 86, principal líder afegão no exílio, e o da Aliança do Norte ainda não teriam sido definidos.
Não estaria decidido ainda se integrantes do Taleban poderiam compor o novo governo.
Líderes tribais
Uma conferência de líderes tribais afegãos terminou ontem em Peshawar (Paquistão) com um pedido para os "estrangeiros deixarem o país" e uma disposição de compor uma "Aliança do Sul", em contraposição à Aliança do Norte, principal força de oposição ao Taleban no Afeganistão.
Reunindo mais de 1.500 pessoas, entre líderes tribais, estudiosos do islã e políticos exilados do Afeganistão, a convenção exigiu a saída do saudita Osama bin Laden e de outros integrantes de sua rede terrorista Al Qaeda, vários deles de origem árabe.
Opositores ao Taleban e contrários à Aliança do Norte, os líderes tribais propõem uma idéia, com alguns pontos similares à que estaria sendo elaborada pela ONU. Defendem o retorno do ex-rei, que convocaria a Loya Jirga, numa espécie de coalizão do sul do país, liderada pela etnia
pashtu, majoritária entre os afegãos, e envolvendo moderados do Taleban.
Na avaliação dos líderes tribais, a Aliança do Norte não é legítima, por ser controlada por minorias étnicas no Afeganistão, como os tadjiques e os uzbeques. Para agravar, dizem, o governo aliancista foi um fracasso no período em que esteve no poder (1992-96).
Mal terminado o encontro, o grupo sofreu um revés com a decisão do premiê britânico, Tony Blair, de nomear um embaixador para a Aliança do Norte, em um sinal de que o país estaria disposto a reconhecer a coalizão opositora ao Taleban como a legítima sucessora do regime extremista.
A nomeação de um embaixador britânico para a Aliança do Norte não foi comentada pelos líderes tribais. Segundo um porta-voz da chancelaria britânica, a nomeação do diplomata Paul Bergne se deve ao importante papel que a Aliança do Norte vem tendo nos atuais acontecimentos.
A Aliança do Norte representa de certa forma o governo afegão do presidente Burhanuddin Rabbani, integrante da coalizão e reconhecido pela ONU.
Ainda durante o encontro, os líderes tribais fizeram um apelo para os Estados Unidos encerrarem os bombardeios ao país.
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