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Che Guevara é eleito o maior político argentino do século 20
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da Efe
Os argentinos votaram no guerrilheiro Ernesto Che Guevara como o maior político e personagem histórico do país do século 20, deixando Evita Perón em segundo lugar, informa hoje a revista argentina "Veintitrés".
Guevara teve uma vantagem de 20 pontos percentuais sobre Evita num concurso do programa de televisão "El gen argentino". Os telespectadores votaram por telefone, explica a revista.
O guerrilheiro argentino, assassinado na Bolívia em outubro de 1967, recebeu 59,8% dos votos dos 2 milhões de participantes da enquete.
Reprodução |
Retrato de Guevara (1928-1967), médico e guerrilheiro argentino |
A revista não revela os percentuais dos outros políticos votados. Mas Guevara superou, além de Evita, o general e três vezes presidente Juan Perón, falecido em 1974. Também ficaram muito longe personalidades como o ex-presidente Arturo Illia (1963-1966), derrubado por um golpe militar e cujo Governo é considerado um exemplo dos valores democráticos, e Hebe de Bonafini, da associação humanitária Mães da Praça de Maio.
Mario Pergolini, roteirista de "El gen argentino", evitou comentar o resultado da enquete. Mas a "Veintitrés" ouviu dirigentes políticos, historiadores e outras personalidades, que entraram em polêmica.
O conservador Jorge Pereyra, líder da União do Centro Democrático, afirmou que para um amante da democracia o Che não pode ser uma referência, já que foi parte de uma revolução que terminou em 1989, quando Carlos Menem chegou ao Governo e aplicou um plano econômico neoliberal, privatizando todas as empresas públicas.
O líder do trotskista Partido Operário, Jorge Altamira, também criticou o resultado. Para ele, foi uma votação irrefletida, porque Guevara 'teve uma influência simbólica à qual cada um dará um conteúdo'.
O historiador Mario O'Donnell, porém, afirmou que o Che é, sem dúvida, o maior líder argentino do século 20, mas é ao mesmo tempo um líder planetário, que é necessário descubanizar e argentinizar.
O jornalista e historiador Osvaldo Bayer também ressaltou a importância do Che, na sua opinião 'um mito que se tornou realidade' na história das lutas populares.
Já a dirigente política de esquerda Patricia Walsh considerou "ridícula" a inclusão do seu pai, o jornalista e escritor Rodolfo Walsh, seqüestrado e morto em 1977 pela ditadura militar. "Achei patético. É um absurdo", disse.
Ao contrário de Evita, segunda mulher de Perón, que morreu de câncer em 1952, Che Guevara "não representa a Argentina, porque entre outras coisas quase não viveu no país", comentou a jornalista Silvina Walger.
"Nossa sociedade apresenta contradições: nós nos queixamos da corrupção permanente, mas votamos em corruptos", opinou o jornalista Nelson Castro.
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