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Saiba mais sobre o ex-presidente do Peru Alberto Fujimori
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da France Presse, em Lima
O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori, 69, chegou ao poder em 1990, quando derrotou em eleições democráticas o famoso escritor Mario Vargas Llosa. Dez anos depois, deixou a presidência abruptamente, em meio a escândalos de corrupção.
Fujimori exerceu o poder com punho forte, se aliando às forças armadas, seu principal apoio durante seu governo.
Antes de chegar ao poder, Fujimori, formado em engenharia com especialidade em matemática, era professor universitário, e gosta muito de xadrez.
Desde que chegou ao poder no Peru, implantou um estilo de governo em que as principais decisões eram tomadas em círculo fechado, quase hermético, consultando só um pequeno grupo de assessores.
Um desses correligionários era Vladimiro Montesinos, que dirigiu os serviços secretos, e atualmente está preso e é processado por ter montado uma rede de corrupção durante a década passada.
Segundo os adversários de Fujimori, através da aliança com Montesinos e com os chefes militares ele governou o país à margem das formalidades democráticas.
O ex-presidente é acusado, entre outras coisas, de ter acobertado as atividades de seu ex-assessor porque, segundo seus críticos, é impossível que Fujimori não soubesse das ilegalidades cometidas por Montesinos.
Depois de perder o poder, Fujimori disse em seu refúgio em Tóquio (o ex-presidente tem origem japonesa) que nunca soube da corrupção de Montesinos, a quem ele classificou como um "câncer" que acabou com seu governo.
Os partidários de Fujimori ressaltam os feitos do regime, que adotou o neoliberalismo econômico, fazendo do Peru um dos mercados mais abertos da América Latina e conseguindo estabilizar a economia depois de uma época de severa hiperinflação.
Além disso, alegam que Fujimori foi o responsável pela derrota dos grupos armados, como a organização maoísta Sendero Luminoso e o Movimento Revolucionário Tupac Amaru.
O conflito interno deixou mais de 70 mil mortos e desaparecidos.
No entanto a vitória sobre os grupos armados trouxe também acusações de graves violações aos direitos humanos e a formação do esquadrão da morte conhecido como Grupo Colina.
As matanças cometidas pelo grupo, que teria sido criado por Montesinos com a anuência de Fujimori, resultaram, provavelmente, na mais grave acusação contra o ex-presidente, a de ser cúmplice na autoria de crimes contra os direitos humanos.
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