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17/11/2001
-
16h16
da Folha Online
A Aliança do Norte, principal grupo de oposição ao Taleban, afirmou que não quer mais tropas estrangeiras em território afegão. Isso pode significar que a Aliança do Norte, que tomou Cabul na terça-feira (13) e é composta majoritariamente por afegãos de origem tadjique e uzbeque, pode tentar manter o poder em suas mãos, e não construir um governo que inclua os diferentes setores afegãos, como foi proposto pelos EUA e pelo Paquistão.
"Há 85 deles (soldados britânicos) que chegaram sem nenhuma coordenação prévia ou em nome da ajuda humanitária encabeçada pela ONU. Nossa decisão é que 15 deles podem ficar e os outros, partir", disse um representante da Aliança do Norte.
Abdullah Abdullah, responsável pelas relações externas da Aliança do Norte, já havia conversado sobre essa questão com o ministro britânico das Relações Exteriores, Jack Straw. Hoje mais conversações entre as duas
partes devem acontecer.
Etnias em discórdia
O ex-presidente afegão deposto Burhanuddin Rabbani voltou a Cabul cinco anos depois de ser expulso pelo Taleban.
Rabbani disse que o governo de coalizão no país depende da seriedade da ONU (Organização das Nações Unidas). "Saudamos a formação de um governo de base ampla o mais rápido possível. Dependerá da seriedade do povo afegão e da seriedade da ONU", disse.
Rabbani, que ainda representa o Afeganistão na ONU, é impopular até mesmo entre algumas facções da Aliança do Norte. Muitos grupos contrários ao Taleban preferem que, em lugar do tadjique Rabbani, o monarca deposto Zahir Shah, que vive no exílio em Roma, fique à frente do novo regime a ser criado.
Esse conflito interno de opinião sobre o melhor nome para encabeçar o projeto de formação de um novo governo de coalizão no Afeganistão se deve em parte às disputas internas que dividiram os líderes dos grupos em 1992, quando a Aliança do Norte derrubou o governo comunista afegão e tomou a capital, Cabul.
Essa situação agora poderia se repetir. Atualmente, grupos xiitas que não se dão bem com os tadjiques e uzbeques, ocuparam o sudoeste de Cabul, onde as facções travaram batalhas campais nos anos 90.
Enquanto isso, líderes pashtus no sul do país procuram negociar uma solução pacífica com o Taleban e avisaram a Aliança do Norte de que não deve tocar em Candahar.
Lakhdar Brahimi, o enviado da ONU ao Afeganistão, disse ontem que a Aliança do Norte está criando obstáculos aos esforços urgentes para organizar uma reunião crucial para discutir o futuro político do país.
O ministro do Exterior da Aliança, Abdullah Abdullah, disse, depois que suas tropas entraram em Cabul, que a reunião poderia ter lugar na própria capital, com representantes de todos os grupos menos o Taleban, mas a ONU quer que ela seja realizada em território neutro.
Buscando acabar com o vácuo no poder, o enviado da ONU Francesc Vendrell chegou a Cabul para convidar líderes da Aliança do Norte para uma conferência da ONU sobre o futuro do país.
Para analistas, montar um governo coeso composto de facções que se combatem e traem mutuamente há séculos é mais fácil na teoria do que na prática.
Com agências internacionais
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Aliança pode expulsar britânicos, e ONU luta por novo governo
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A Aliança do Norte, principal grupo de oposição ao Taleban, afirmou que não quer mais tropas estrangeiras em território afegão. Isso pode significar que a Aliança do Norte, que tomou Cabul na terça-feira (13) e é composta majoritariamente por afegãos de origem tadjique e uzbeque, pode tentar manter o poder em suas mãos, e não construir um governo que inclua os diferentes setores afegãos, como foi proposto pelos EUA e pelo Paquistão.
"Há 85 deles (soldados britânicos) que chegaram sem nenhuma coordenação prévia ou em nome da ajuda humanitária encabeçada pela ONU. Nossa decisão é que 15 deles podem ficar e os outros, partir", disse um representante da Aliança do Norte.
Abdullah Abdullah, responsável pelas relações externas da Aliança do Norte, já havia conversado sobre essa questão com o ministro britânico das Relações Exteriores, Jack Straw. Hoje mais conversações entre as duas
partes devem acontecer.
Etnias em discórdia
O ex-presidente afegão deposto Burhanuddin Rabbani voltou a Cabul cinco anos depois de ser expulso pelo Taleban.
Rabbani disse que o governo de coalizão no país depende da seriedade da ONU (Organização das Nações Unidas). "Saudamos a formação de um governo de base ampla o mais rápido possível. Dependerá da seriedade do povo afegão e da seriedade da ONU", disse.
Rabbani, que ainda representa o Afeganistão na ONU, é impopular até mesmo entre algumas facções da Aliança do Norte. Muitos grupos contrários ao Taleban preferem que, em lugar do tadjique Rabbani, o monarca deposto Zahir Shah, que vive no exílio em Roma, fique à frente do novo regime a ser criado.
Esse conflito interno de opinião sobre o melhor nome para encabeçar o projeto de formação de um novo governo de coalizão no Afeganistão se deve em parte às disputas internas que dividiram os líderes dos grupos em 1992, quando a Aliança do Norte derrubou o governo comunista afegão e tomou a capital, Cabul.
Essa situação agora poderia se repetir. Atualmente, grupos xiitas que não se dão bem com os tadjiques e uzbeques, ocuparam o sudoeste de Cabul, onde as facções travaram batalhas campais nos anos 90.
Enquanto isso, líderes pashtus no sul do país procuram negociar uma solução pacífica com o Taleban e avisaram a Aliança do Norte de que não deve tocar em Candahar.
Lakhdar Brahimi, o enviado da ONU ao Afeganistão, disse ontem que a Aliança do Norte está criando obstáculos aos esforços urgentes para organizar uma reunião crucial para discutir o futuro político do país.
O ministro do Exterior da Aliança, Abdullah Abdullah, disse, depois que suas tropas entraram em Cabul, que a reunião poderia ter lugar na própria capital, com representantes de todos os grupos menos o Taleban, mas a ONU quer que ela seja realizada em território neutro.
Buscando acabar com o vácuo no poder, o enviado da ONU Francesc Vendrell chegou a Cabul para convidar líderes da Aliança do Norte para uma conferência da ONU sobre o futuro do país.
Para analistas, montar um governo coeso composto de facções que se combatem e traem mutuamente há séculos é mais fácil na teoria do que na prática.
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