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29/11/2001 - 11h40

Delegados afegãos dão 1º passo para uma administração interina

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da Folha Online

Os delegados afegãos presentes na Conferência de Bonn deram hoje um importante passo para estabelecer uma administração interina que deve governar o Afeganistão até março de 2002. As duas grandes delegações concordaram que o conselho provisório que governará o país pode ser composto por pelo menos 42 membros: 21 da Aliança do Norte e 21 da liga de apoio do ex-rei afegão Zahir Shah.

O conselho completo, que terá uma função parecida com a de um Parlamento, pode chegar a ter mais de 120 membros, incluindo, além das 42 pessoas dos dois principais grupos [Aliança do Norte e a liga do ex-rei Shah], outros cerca de 60 membros do grupo de Roma e da Aliança do Norte, e entre 10 e 20 pessoas dos outros grupos, como o de Chipre, considerado próximo ao Irã, e o de Peshawar, apoiado pelo Paquistão.

Reuters - 1.out.2001
Zahir Shah, ex-rei do Afeganistão

As delegações da Aliança do Norte, que tomou Cabul em 13 de novembro, e do ex-rei Shah, deposto em 1973 e desde então exilado em Roma, são as mais importantes das quatro que participam da Conferência de Bonn.

"Nós concordamos com a criação de um mecanismo de participação de todos os grupos, em especial com o de Roma, do ex-rei Shah", afirmou Mehrabuddin Mastan, embaixador da Aliança do Norte em Paris, que participou da reunião.

Pela manhã, um diplomata europeu disse que existe "consenso sobre os contornos de uma autoridade provisória", que dirigirá o país até a realização da Loya Jirga, a grande assembléia tradicional afegã, que deverá nomear um novo governo.

Os delegados analisam agora a repartição do poder e a repartição dos cargos entre os partidos e pessoas. Ainda não está definido se o conselho provisório administrará as 28 Províncias afegãos ou se esse administração será dividida por etnias existentes no país.

No início da conferência, que começou na terça-feira (27), os 28 delegados afegãos aceitaram as principais linhas de uma negociação sobre a autoridade provisória.



À frente da delegação da Aliança do Norte, uma coalizão que agrupa etnias minoritárias, Yunis Qanooni disse "ter a esperança de chegar a conclusões positivas e construtivas em dois ou três dias" sobre as modalidades da transição.

Ainda na véspera da reunião, Francesc Vendrell, adjunto do representante especial da ONU para o Afeganistão, Lajtar Brahimi, reconheceu que talvez não se consiga um acordo completo na Conferência de Bonn.

Se a questão da instauração de uma autoridade provisória avançar, será mais fácil resolver o problema da segurança no Afeganistão.

Após reiterar várias vezes que não será necessária a presença de uma força internacional no Afeganistão, a Aliança do Norte deixou entrever essa possibilidade na terça-feira, caso seja incluído um "pacote global de paz".

Por sua vez, Mirwais Zahir, filho de Zahir Shah, advertiu de Roma que caso não seja alcançado um acordo em Bonn, uma guerra civil vai ocorrer no Afeganistão, um país que já sofreu 22 anos de conflitos sangrentos.

  • Com agências internacionais

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