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29/11/2001 - 17h51

Aliança do Norte e antigo rei devem dividir poder no Afeganistão

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da Folha Online

Os delegados afegãos reunidos na Conferência de Bonn, na Alemanha, começaram hoje a estabelecer como será formada a administração interina que deve governar o Afeganistão até março de 2002. As duas maiores delegações presentes concordaram que o conselho provisório deve ser composto por pelo menos 42 membros: 21 da Aliança do Norte e 21 do Grupo de Roma, que apóia o ex-rei afegão Zahir Shah,.

O conselho completo, que terá uma função parecida com a de um Parlamento, ainda poderá ser ampliado , para acomodar representates das outras duas delegações que participam da reunião: o grupo de Chipre, formado por intelectuais e considerado próximo ao Irã, e o Grupo de Peshawar, apoiado pelo Paquistão.

Reuters - 1.out.2001
Zahir Shah, ex-rei do Afeganistão

As delegações da Aliança do Norte, que tomou Cabul em 13 de novembro, e do ex-rei Shah, deposto em 1973 e desde então exilado em Roma, são as mais importantes das quatro que participam da Conferência de Bonn, por isso devem ficar com mais poder na administração do Afeganistão.

Pela manhã, um diplomata europeu já havia dito que existe "consenso sobre os contornos de uma autoridade provisória", que dirigirá o país até a realização da Loya Jirga, a grande assembléia tradicional afegã, que deverá nomear um novo governo.

Os delegados analisam agora a repartição do poder e a repartição dos cargos entre os partidos e pessoas. Ainda não está definido se o conselho provisório administrará as 28 províncias afegãs ou se a administração será dividida pelas etnias existentes no país.

Ainda não há consenso também sobre o cargo de chefe de Estado. Não se sabe se ele será definido já ou apenas em março, durante a Loya Jirga. A delegação do ex-rei Zahir Sha, no entanto, já exigiu para seu líder a chefia do Conselho Supremo do Afeganistão.

"Sua majestade teria que assumir um papel central no futuro do Afeganistão", declarou à imprensa Abdul Sattar Sirat, que encabeça na conferência a delegação do grupo do ex-rei. Por sua vez, Mirwais Zahir, filho de Zahir Shah, advertiu de Roma que caso não seja alcançado um acordo em Bonn, uma guerra civil vai ocorrer no Afeganistão, um país que já sofreu 22 anos de conflitos sangrentos.

À frente da delegação da Aliança do Norte, Yunis Qanooni ainda não se pronunciou sobre esta questão, apenas disse "ter a esperança de chegar a conclusões positivas e construtivas em dois ou três dias" sobre as modalidades da transição.

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