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03/12/2001 - 05h49

Para o Pentágono, queda de Candahar está próxima

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da Folha de S.Paulo

Em meio a avanços de tropas de oposição afegãs e ao aumento do poderio ofensivo dos EUA no Afeganistão, as Forças Armadas americanas disseram ontem que a disputa por Candahar "está perto de atingir seu ponto máximo".

A afirmação é do major James B. Higgins, comandante do Pentágono na base americana ao sul de Candahar, a única grande cidade afegã sob controle do Taleban.

"O Taleban está sofrendo muita pressão, como se estivesse sendo estrangulado por uma cobra", comparou Higgins. "Há muitas forças em jogo. Grupos de oposição [afegãos" se aproximam pelo norte e pelo sudeste. E nós temos potencial para agir de onde estamos", declarou o comandante.

Ontem, os fuzileiros navais praticamente dobraram o número de helicópteros na região. São aparelhos de combate Cobra e helicópteros de reconhecimento Huey que vieram do navio de guerra anfíbio Bataan.

Com eles, também chegou à base um pequeno grupo de militares de outros países da coalizão liderada pelos EUA. São oficiais da Austrália, do Reino Unido e da Alemanha, que participarão de missões de reconhecimento.

Os militares americanos também expandiram a área de busca e vigilância no sul afegão, com comboios armados patrulhando as principais rotas que levam à fronteira com o Paquistão. Os bombardeios a Candahar prosseguem de forma intensa -caças e bombardeiros dos EUA são vistos avançando em direção à cidade em operações diurnas e noturnas.

O principal alvo dos EUA ontem continuou sendo o aeroporto de Candahar, onde comandados de Gul Agha, ex-governante pashtu da cidade, continuam enfrentando tropas do Taleban.

Segundo Khalid Pashtoon, porta-voz de Agha, 12 estrangeiros do Taleban foram mortos durante os confrontos de ontem. "Eram quase todos árabes", declarou Pashtoon, acrescentando que a maioria dos adversários na região não são afegãos. "Eles [os estrangeiros" sabem que não têm opção e estão lutando até a morte", disse.

O porta-voz disse que as forças de Agha controlam metade do aeroporto e devem tomar todo o local em breve. Não há confirmação independente do relato do porta-voz, e o Taleban afirma continuar controlando a pista de pouso.

Também há informações de que tropas de Hamid Karzai, líder pashtu aliado ao ex-rei afegão Zahir Shah, também se aproximam de Candahar -estariam a cerca de 30 km da cidade. Há ainda relatos de que tropas da Aliança do Norte -em torno de 4.000 homens- avançam para o reduto do Taleban, vindas de Cabul.

Civis mortos
O mulá Najibullah, do Taleban, afirmou que os ataques aéreos dos EUA atingiram áreas civis nos últimos dias, matando moradores de Candahar. Segundo testemunhas, 15 pessoas morreram, incluindo nove crianças, na destruição de uma pequena aldeia com cinco casas, localizada entre o aeroporto de Candahar e a cidade.

O morador Mohamad Khan, que chegou a Shaman no Paquistão para receber atendimento médico, disse ter perdido cinco filhos no ataque. "Foi por causa do meu jipe, que uso para transportar vizinhos para a cidade", declarou Khan, dizendo que os EUA confundiram seu automóvel com um veículo militar. Os EUA não confirmaram o suposto ataque.

Em Jalalabad, no leste do país, o hospital municipal recebeu dezenas de feridos, muitos com braços e pernas decepados, que seriam sobreviventes de um ataque equivocado dos EUA à aldeia de Kama Ado, a 50 km ao sul da cidade.

Segundo testemunhas, até 200 pessoas morreram no bombardeio ao vilarejo, que fica na região montanhosa de Tora Bora. Governantes pashtus locais estimaram as mortes em cerca de 20.

Os EUA, que suspeitam que o terrorista Osama bin Laden possa estar escondido em Tora Bora, disseram não ter provas de que o bombardeio tenha ocorrido.



  • Com agências internacionais

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