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Políticos presos poderão participar de eleições, diz Musharraf
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da Folha Online
O ditador do Paquistão, Pervez Musharraf, ressaltou que os políticos que atualmente estão presos poderão participar das eleições de janeiro, contanto que não pratiquem qualquer tipo de "agitação ou violem as regras".
Hoje, um segundo líder da oposição, o ex-jogador de críquete Imran Khan, foi detido após participar de uma manifestação em Lahore.
Ele estava foragido desde o último dia 4, um dia após a decretação do estado de emergência, e era um dos únicos críticos do ditador que continuavam em liberdade.
Em entrevista publicada hoje pelo jornal francês "Le Monde", o chefe de Estado paquistanês justifica o estado de exceção em vigor no país -- "à situação anormal uma ação anormal".
"Quando a nação está a ponto de cair no abismo, o mais importante é salvá-la", disse Musharraf, destacando que o estado de exceção é "necessário" em um contexto marcado pelo terrorismo. Para ele, o Paquistão "é maior que a democracia".
O ditador do Paquistão disse ainda que o ex-primeiro-ministro opositor Nawaz Sharif, atualmente no exílio, não poderá participar das eleições legislativas previstas para serem realizadas até 9 de janeiro.
Musharraf não estabeleceu prazo para o fim do estado de emergência.
Benazir Bhutto
O ditador do Paquistão também criticou a ex-chefe de Governo paquistanesa Benazir Bhutto, que foi submetida a prisão domiciliar. Ela permanecerá detida por ao menos mais um dia, informaram fontes do governo, sob alegação de que a medida visa garantir sua segurança diante da ameaça de atentados.
A ex-primeira-ministra, de acordo com o ditador paquistanês, "manipula as circunstâncias em seu favor e deforma os fatos e a realidade". Ele lamentou que os países ocidentais sejam favoráveis a ela.
Bhutto exigiu mais uma vez a renúncia de Musharraf. "Peço que o general deixe o poder e abandone a lei marcial", disse ela. "Eu não poderia ser premiê com Musharraf como presidente."
A ex-premiê afirma que milhares de seus partidários foram presos. Autoridades paquistaneses negam, no entanto, detenções em larga escala.
Extremistas
Sobre a presença de grupos de radicais islâmicos no país, Musharraf afirma que o estado de exceção permite "agir com mais liberdade" para enfrentar este problema. "Se não vencermos, haverá conseqüências para a região e para o mundo", acrescentou.
Musharraf reiterou que nem as forças dos Estados Unidos nem as da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que estão no Afeganistão terão autorização para atravessar a fronteira.
Segundo ele, a luta contra os radicais dentro do território do Paquistão é exclusiva do Exército paquistanês, que já perdeu 1.000 soldados nos confrontos.
Hoje, pelo menos 16 supostos fundamentalistas islâmicos morreram em um ataque aéreo com helicópteros do Exército do Paquistão no vale de Swat (norte), informou uma fonte militar.
Os helicópteros dispararam contra abrigos na região, situada na Província da Fronteira do Noroeste, onde os insurgentes estavam escondidos, assegurou o porta-voz das Forças Armadas, Wahid Arshad, citado pelo canal privado Geo TV.
"Foram usados helicópteros na operação. Dispararam contra posições dos militantes de cima das colinas", explicou Arshad.
Com Efe
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