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Ciclone arrasa o sul de Bangladesh; mortos podem chegar a 1.100
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da Folha Online
O número de mortes causadas pelo ciclone Sidr, que arrasou o sul de Bangladesh nesta quinta-feira, já chega a 1.100, segundo relatos de uma agência de notícias local.
A agência United News of Bangladesh afirma ter feito uma contagem própria, percorrendo distrito a distrito do país até chegar neste número. As últimas estimativas do governo, porém, falam em 275 mortes, enquanto as agências internacionais apontam um número entre 550 e 600.
O governo reconheceu a dificuldade de quantificar os corpos, já que diversas áreas do país ainda estão incomunicáveis.
A maioria dos mortos é de pessoas que se refugiaram em suas pequenas casas de bambu, insuficientes para protegê-las do furacão.
O ciclone atingiu a linha litorânea do país, de onde 3,2 milhões de pessoas tiveram de ser removidas, segundo agências humanitárias. Os ventos, de até 240 km/h, destruíram casas e derrubaram árvores e redes elétricas.
Várias regiões ficaram sem luz e isoladas, inclusive a capital Dacca, informou a televisão indiana NDTV. As marés altas causadas pelo ciclone também provocaram a inundação de áreas baixas e de ilhas em 15 distritos.
O ciclone chegou ontem à noite ao sul de Bangladesh e depois se deslocou para o centro do país, onde fica Dacca, e já transformado em tempestade tropical, foi para as regiões indianas de Tripura e Assam.
O oficial do Ministério de Gerenciamento de Desastres, Dalil Uddin, disse nesta sexta-feira ser difícil estimar a extensão dos danos.
"Houve um grande estrago nas casas feitas de bambu e entre 60% e 80% das árvores foram arrancadas pela raiz durante a passagem do ciclone", disse Vince Edwards, diretor do grupo cristão de ajuda humanitária World Vision.
Segundo ele, os escombros deixados pelo ciclone bloquearam ruas e rios, impossibilitando a comunicação em diversas áreas.
Desabrigados
Grupos de ajuda humanitária se esforçam para levar alimento e remédios para centenas de milhares de sobreviventes do ciclone, afirmaram autoridades.
Segundo Hasanul Amin, que atua na área de gerenciamento de ciclones, mais de uma dezena de equipes foram mobilizadas para prestar socorro às vítimas.
"Comida, água e remédios são agora as principais urgências" para os milhares de feridos, disse Christiane Berthiaume, porta voz do programa de alimentação da ONU (Organização das Nações Unidas).
O escritório de coordenação de assuntos humanitários da ONU diz que 1.000 pescadores ainda estão desaparecidos.
Na memória dos bengaleses ainda está a imagem do ciclone que atingiu o país em 1991 e causou a morte de 150 mil pessoas, após gerar uma onda de oito metros.
Segundo os cálculos dos meteorologistas, nos últimos 125 anos, o litoral de Bangladesh foi atingido por 80 grandes tempestades, que deixaram 2 milhões de mortos e milhões de desabrigados.
A passagem do ciclone por Bangladesh ocorre depois que, nos meses de julho e agosto, o país ter sido atingido por graves inundações devido à monção, com a morte de cerca de 500 pessoas.
Com France Presse, Associated Press, Reuters e Efe
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