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23/11/2007 - 15h13

Viúva de ex-espião russo assassinado recorre a corte européia e acusa Rússia

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da France Presse, e, Londres

A viúva do ex-espião russo Alexander Litvinenko --que morreu em 2006 envenenado por uma substância altamente radioativa--, apresentou uma queixa ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos acusando a Rússia de "cumplicidade" no assassinato.

"Marina Litvinenko apresentou uma demanda ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos em Estrasburgo [França]", informou sua advogada, em uma entrevista coletiva em Londres por ocasião do aniversário de um ano da morte do ex-agente russo, que faleceu em 23 de novembro do ano passado em um hospital londrino, contaminado com polônio 210.

Marina também denuncia as autoridades russas por "não terem realizado uma investigação eficaz sobre a morte" de seu marido.

O ex-espião, que acabara de receber a nacionalidade britânica, acusou no leito de morte o presidente russo, Vladimir Putin, de ter ordenado o envenenamento.

"Quero saber quem é o responsável pelo assassinato de meu marido", disse a viúva em uma entrevista coletiva, ao lado do pai de Litvinenko e de alguns amigos, entre eles o magnata russo exilado Boris Berezovski.

"Prometo que um dia saberemos quem o matou", acrescentou Marina em ato celebrado diante do hospital no qual o marido faleceu, após uma agonia de 23 dias.

O pai de Litvinenko, Walter, homenageou o filho e voltou a ler a carta na qual o ex-espião acusa Putin de ter ordenado seu assassinato.

"Os gangsters que envenenaram meu filho no restaurante do hotel Millennium permanecem tentando demonstrar ao mundo que podem fazer o que querem com impunidade", denunciou.

Berezovski disse por sua vez não ter dúvidas de que o Kremlin estava diretamente envolvido na morte de Litvinenko, que era um ferrenho opositor de Putin.

A morte de Alexandre Litvinenko abalou as relações entre o Reino Unido e Moscou na medida em que as investigações da Scotland Yard (polícia britânica) apontavam para a Rússia.

Litvinenko acusou --em comunicado póstumo atribuído a ele-- o presidente russo de ser responsável por sua morte. O Kremlin qualificou o fato de "provocação".

Ante a recusa da Rússia em conceder a extradição de Andrei Lougovoi, o principal suspeito designado pela Scotland Yard, Londres anunciou represálias: restrições de vistos para dirigentes russos e expulsão de diplomatas --medidas imitadas por Moscou.

Londres continua a "trazer à tona o assunto nos encontros bilaterais com as autoridades russas cada vez que a ocasião se apresenta. É uma questão suspensa entre o Reino Unido e a Rússia", explicou um porta-voz do Foreign Office à France Presse.

Mas, no momento, é pouco provável que o Reino Unido anuncie sanções mais severas tendo em vista os interesses econômicos britânicos na Rússia, segundo uma fonte governamental.

As companhias britânicas do setor de petróleo e de gás, BP e Shell, ou a gigante da mineração Peter Hambro, estão particularmente envolvidas.

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