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01/12/2007 - 01h55

Chávez fecha campanha com denúncias, advertências e acusações

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da Efe, em Caracas

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, encerrou nesta sexta-feira a campanha para o referendo de domingo sobre a reforma constitucional com severas denúncias, advertências e acusações contra os "inimigos" internos e externos.

As principais acusações foram contra os presidentes dos Estados Unidos, George W. Bush, e da Colômbia, Álvaro Uribe. Ele atribuiu ao americano planos para incitar a violência na Venezuela, e se queixou do colombiano, que cancelou a sua mediação no processo para troca de reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) por guerrilheiros presos.

Chávez disse a Bush que a partir de segunda-feira a Venezuela vai parar de exportar aos EUA 1,5 milhão de barris de petróleo diários, caso seja executada a suposta "Operação Tenazes". A ação, denunciou, foi idealizada pela CIA para gerar violência em território venezuelano antes da divulgação do resultado do referendo de domingo.

"Se no domingo ganhar o 'sim', como tudo indica, e a oligarquia suscitar a violência com alegações de fraude, o ministro de Energia, Rafael Ramírez, na segunda-feira deverá ordenar a suspensão do envio de petróleo aos Estados Unidos. Nem uma gota de petróleo aos EUA!", disse Chávez a dezenas de milhares de partidários.

Os simpatizantes "chavistas" se concentraram hoje numa avenida do centro de Caracas e cantaram insistentemente o lema "o povo unido jamais será vencido". Na quinta-feira, o mesmo local havia sido o palco de outra grande concentração, de rejeição ao projeto de reforma.

Vestido com uma camisa vermelha, a cor de sua "revolução bolivariana", Chávez também ordenou aos militares que "ponham em andamento os planos especiais de proteção" e tomem os campos petrolíferos, junto aos trabalhadores.

"Juro por Deus e pela minha mãe que não vamos permitir os planos imperialistas", disse, ao criticar os EUA e "os seus lacaios da oligarquia 'criolla'".

O presidente venezuelano disse que, para detonar a crise, dirigentes políticos de oposição mostrarão pesquisas "falsas" que dirão que ganhou o "não" ou que existe um empate eleitoral. Mas, segundo ele, o "sim" vai ganhar amplamente.

Ele previu que emissoras de televisão privadas, como a "Globovisión" e a americana "CNN", vão ajudar na fraude.

"Ouça bem a 'CNN': se algum canal internacional se prestar a uma operação do imperialismo contra a Venezuela, seus correspondentes serão expulsos do país", advertiu.

Ele também disse à Globovisión que tinha "a informação" de que por volta de meio-dia de domingo a emissora divulgaria os resultados "falsos". "Será tirada do ar imediatamente, assim como qualquer outro canal que viole a lei", ameaçou.

Na quinta-feira, os líderes de vários partidos de oposição, integrantes do "Bloco do Não", fizeram um apelo para que os eleitores votem. Na sua opinião, todas as enquetes prevêem agora uma maioria contra a reforma.

Em seu longo discurso, Chávez também disse que o Governo de Uribe pôs em risco a vida dos reféns das Farc ao interceptar as provas de vida dos seqüestrados.

O Governo colombiano apresentou nesta sexta-feira provas de vida de vários reféns das Farc, que segundo Chávez estavam dirigidas a ele.

O presidente venezuelano afirmou que Uribe tomou a decisão de pôr fim a seu papel de mediador "seguindo ordens" dos EUA.

 

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