Publicidade
Publicidade
29/12/2001
-
04h58
da Folha de S.Paulo
O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, afirmou ontem que está disposto a dialogar com o governo indiano para pôr fim a escalada militar na fronteira entre os dois países, que dispõem de arsenal nuclear.
A Índia, que tem rechaçado com firmeza propostas de encontro, afirmou que combaterá os grupos terroristas baseados no vizinhos com ou sem apoio internacional.
"Não me importo em me encontrar com ele, mas ninguém bate palmas só com uma das mãos. Ele [o premiê indiano, Atal Behari Vajpayee" deve demonstrar boa vontade de sua parte. Então mostraremos nossa disposição", disse Musharraf.
"Nunca iniciaremos uma guerra, a menos que nos empurrem para ela ou a tragam até nós. Não queremos a guerra porque conhecemos todos os perigos que a acompanham", afirmou Musharraf, que deverá participar de uma cúpula regional no Nepal nos dias 4 a 6 de janeiro.
O premiê Vajpayee também estará na conferência, mas o chanceler Jaswant Singh disse anteontem que conversações com o presidente Musharraf não seriam "práticas nem possíveis" agora.
Os apelos internacionais têm sido ignorados. "Que o mundo nos apóie. Se não o fizer, pouco nos importa", disse o ministro do Interior da Índia, Lal Advani.
Os confrontos fronteiriços e a guerra verbal entre Índia e Paquistão continuam.
Membros do governo do Paquistão sugeriram que a Índia quer mesmo é guerra. Oficiais da Defesa paquistanesa disseram crer que, além da maciça mobilização de tropas na fronteira, 95% da Força Aérea indiana já esteja posicionada para um ataque.
O porta-voz militar do Paquistão, o general Rashid Qureshi, disse que os movimentos indianos indicam um desejo de ação ofensiva e que quaisquer medidas nesse sentido poderão desencadear uma situação incontrolável.
A tensão entre os dois países remonta à separação do Reino Unido, em 1947, e à disputa pela dividida Caxemira -região de população majoritariamente muçulmana, reivindicada em sua totalidade pelo Paquistão.
O estopim da atual crise foi, contudo, o ataque do dia 13 de dezembro contra o Parlamento indiano, episódio no qual 14 pessoas morreram.
Nova Déli acusou o serviço secreto do Paquistão de apoiar os grupos extremistas islâmicos Lashkar-e-Taiba e Jaish-e-Mohammad, supostos responsáveis pelo atentado, e exigiu a prisão de todos os terroristas.
O líder de um dos movimentos foi preso por Islamabad, mas o governo indiano considerou que isso "não é suficiente".
Desde então o governo indiano passou a tomar medidas retaliatórias no campo diplomático e reforçou suas bases na fronteira. Em reação, o Paquistão tomou posições semelhantes. Alguns jornais na região falaram em uma nova "Guerra Fria".
Apesar das sanções, Nova Déli declarou ontem que permitirá que o presidente Musharraf cruze o espaço aéreo indiano na viagem para a cúpula no Nepal.
Os EUA, que se aproximaram do Paquistão para obter apoio ao bombardeio ao Afeganistão, têm pedido moderação. O presidente George W. Bush elogiou as ações de Musharraf contra o terrorismo e disse esperar "que isso seja levado em conta pela Índia".
Reino Unido, União Européia e G-8 (os sete países mais ricos do mundo mais a Rússia) manifestaram preocupação.
Brasil
O presidente Fernando Henrique Cardoso enviou ontem cartas a Vajpayee e Musharraf, fazendo um apelo "para que demonstrem comedimento e evitem ações que possam pôr em perigo a estabilidade e a paz na região".
Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão
Paquistão se diz pronto para dialogar com a Índia
Publicidade
O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, afirmou ontem que está disposto a dialogar com o governo indiano para pôr fim a escalada militar na fronteira entre os dois países, que dispõem de arsenal nuclear.
A Índia, que tem rechaçado com firmeza propostas de encontro, afirmou que combaterá os grupos terroristas baseados no vizinhos com ou sem apoio internacional.
"Não me importo em me encontrar com ele, mas ninguém bate palmas só com uma das mãos. Ele [o premiê indiano, Atal Behari Vajpayee" deve demonstrar boa vontade de sua parte. Então mostraremos nossa disposição", disse Musharraf.
"Nunca iniciaremos uma guerra, a menos que nos empurrem para ela ou a tragam até nós. Não queremos a guerra porque conhecemos todos os perigos que a acompanham", afirmou Musharraf, que deverá participar de uma cúpula regional no Nepal nos dias 4 a 6 de janeiro.
O premiê Vajpayee também estará na conferência, mas o chanceler Jaswant Singh disse anteontem que conversações com o presidente Musharraf não seriam "práticas nem possíveis" agora.
Os apelos internacionais têm sido ignorados. "Que o mundo nos apóie. Se não o fizer, pouco nos importa", disse o ministro do Interior da Índia, Lal Advani.
Os confrontos fronteiriços e a guerra verbal entre Índia e Paquistão continuam.
Membros do governo do Paquistão sugeriram que a Índia quer mesmo é guerra. Oficiais da Defesa paquistanesa disseram crer que, além da maciça mobilização de tropas na fronteira, 95% da Força Aérea indiana já esteja posicionada para um ataque.
O porta-voz militar do Paquistão, o general Rashid Qureshi, disse que os movimentos indianos indicam um desejo de ação ofensiva e que quaisquer medidas nesse sentido poderão desencadear uma situação incontrolável.
A tensão entre os dois países remonta à separação do Reino Unido, em 1947, e à disputa pela dividida Caxemira -região de população majoritariamente muçulmana, reivindicada em sua totalidade pelo Paquistão.
O estopim da atual crise foi, contudo, o ataque do dia 13 de dezembro contra o Parlamento indiano, episódio no qual 14 pessoas morreram.
Nova Déli acusou o serviço secreto do Paquistão de apoiar os grupos extremistas islâmicos Lashkar-e-Taiba e Jaish-e-Mohammad, supostos responsáveis pelo atentado, e exigiu a prisão de todos os terroristas.
O líder de um dos movimentos foi preso por Islamabad, mas o governo indiano considerou que isso "não é suficiente".
Desde então o governo indiano passou a tomar medidas retaliatórias no campo diplomático e reforçou suas bases na fronteira. Em reação, o Paquistão tomou posições semelhantes. Alguns jornais na região falaram em uma nova "Guerra Fria".
Apesar das sanções, Nova Déli declarou ontem que permitirá que o presidente Musharraf cruze o espaço aéreo indiano na viagem para a cúpula no Nepal.
Os EUA, que se aproximaram do Paquistão para obter apoio ao bombardeio ao Afeganistão, têm pedido moderação. O presidente George W. Bush elogiou as ações de Musharraf contra o terrorismo e disse esperar "que isso seja levado em conta pela Índia".
Reino Unido, União Européia e G-8 (os sete países mais ricos do mundo mais a Rússia) manifestaram preocupação.
Brasil
O presidente Fernando Henrique Cardoso enviou ontem cartas a Vajpayee e Musharraf, fazendo um apelo "para que demonstrem comedimento e evitem ações que possam pôr em perigo a estabilidade e a paz na região".
Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice