Publicidade
Publicidade
29/12/2001
-
05h02
do "Le Monde"
Sem dúvida, uma nova guerra entre a Índia e o Paquistão não ocorrerá. A pressão internacional é tão forte, sobretudo por parte dos americanos, que a Índia provavelmente não venha a lançar-se num conflito.
Isso nem mesmo para eliminar eventuais campos de treinamento de "terroristas" implantados na Caxemira paquistanesa: para Nova Déli, esses grupos operam no território indiano com a anuência -ou a cumplicidade- de Islamabad.
A guerra não ocorrerá, mas o sangrento ataque ao Parlamento indiano, ocorrido em 13 de dezembro, provocou uma repentina degradação das relações entre os dois países -após um ano relativamente calmo.
O ataque deu à Índia a chance de utilizar a seu favor o contexto da luta internacional contra o terrorismo: mais do que nunca, os indianos põem a culpa no Paquistão, um aliado dos EUA que "não consegue controlar seus próprios extremistas".
O premiê indiano, Atal Bihari Vajpayee, anunciou uma série de medidas retaliatórias e ameaçou responder militarmente, porém não deixou de afirmar que seu país agiria com moderação.
De qualquer modo, há muito tempo não se via tanta agitação militar na região.
A questão da Caxemira provocou dois conflitos entre ambos os países, em 1947 e em 1965.
Para o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, o ataque ao Parlamento não poderia ter ocorrido em pior momento. Após ter conseguido negociar internamente a aprovação à ofensiva dos EUA contra o Afeganistão, tentando apagar seu apoio pregresso ao Taleban, mais uma vez, ele se encontra em situação complexa.
A questão geopolítica é de peso. A oeste, há o Afeganistão, sobre o qual Islamabad já não tem mais grande influência. Os afegãos são hoje bastante antipaquistaneses, pois Islamabad apoiava o Taleban. Ademais, a Aliança do Norte, maior força no governo interino afegão, tem laços com a Índia.
A leste, do lado indiano, o Paquistão também colhe os frutos de sua política. Por ter apoiado grupos extremistas que prometiam recuperar a Caxemira indiana, Islamabad se encontra em posição pouco confortável diante do contexto internacional atual.
Por enquanto, o general Musharraf tem a situação sob controle. Pôs sob vigilância os dirigentes de partidos radicais islâmicos, tomou medidas contra grupos extremistas e agradou aos EUA -o fiel da balança. Resta agora resolver o litígio com a Índia.
Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão
Análise: Pressão internacional impede guerra entre Índia e Paquistão
Publicidade
Sem dúvida, uma nova guerra entre a Índia e o Paquistão não ocorrerá. A pressão internacional é tão forte, sobretudo por parte dos americanos, que a Índia provavelmente não venha a lançar-se num conflito.
Isso nem mesmo para eliminar eventuais campos de treinamento de "terroristas" implantados na Caxemira paquistanesa: para Nova Déli, esses grupos operam no território indiano com a anuência -ou a cumplicidade- de Islamabad.
A guerra não ocorrerá, mas o sangrento ataque ao Parlamento indiano, ocorrido em 13 de dezembro, provocou uma repentina degradação das relações entre os dois países -após um ano relativamente calmo.
O ataque deu à Índia a chance de utilizar a seu favor o contexto da luta internacional contra o terrorismo: mais do que nunca, os indianos põem a culpa no Paquistão, um aliado dos EUA que "não consegue controlar seus próprios extremistas".
O premiê indiano, Atal Bihari Vajpayee, anunciou uma série de medidas retaliatórias e ameaçou responder militarmente, porém não deixou de afirmar que seu país agiria com moderação.
De qualquer modo, há muito tempo não se via tanta agitação militar na região.
A questão da Caxemira provocou dois conflitos entre ambos os países, em 1947 e em 1965.
Para o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, o ataque ao Parlamento não poderia ter ocorrido em pior momento. Após ter conseguido negociar internamente a aprovação à ofensiva dos EUA contra o Afeganistão, tentando apagar seu apoio pregresso ao Taleban, mais uma vez, ele se encontra em situação complexa.
A questão geopolítica é de peso. A oeste, há o Afeganistão, sobre o qual Islamabad já não tem mais grande influência. Os afegãos são hoje bastante antipaquistaneses, pois Islamabad apoiava o Taleban. Ademais, a Aliança do Norte, maior força no governo interino afegão, tem laços com a Índia.
A leste, do lado indiano, o Paquistão também colhe os frutos de sua política. Por ter apoiado grupos extremistas que prometiam recuperar a Caxemira indiana, Islamabad se encontra em posição pouco confortável diante do contexto internacional atual.
Por enquanto, o general Musharraf tem a situação sob controle. Pôs sob vigilância os dirigentes de partidos radicais islâmicos, tomou medidas contra grupos extremistas e agradou aos EUA -o fiel da balança. Resta agora resolver o litígio com a Índia.
Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice