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02/01/2002
-
05h27
da Folha de S.Paulo
Apesar da tensão dos últimos dias, a Índia e o Paquistão renovaram ontem um acordo, firmado em 1991, que estabelece que nenhum desses países deve atacar as instalações nucleares do outro.
"Hoje [ontem], a Índia e o Paquistão, por meio de canais diplomáticos, simultaneamente em Nova Déli e em Islamabad, trocaram listas de instalações nucleares cobertas pelo Acordo de Proibição de Ataque contra Instalações Nucleares", afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Índia.
A troca de listas com a relação das instalações nucleares assumiu uma importância ainda maior num momento em que a Índia e o Paquistão promoveram os maiores preparativos militares dos últimos 15 anos, após o ataque contra o Parlamento indiano no último dia 13, com saldo de 14 mortos (incluindo cinco terroristas).
Além de ampliar sua presença militar ao longo da fronteira, Nova Déli e Islamabad reduziram as relações diplomáticas e suspenderam as viagens feitas por aviões, trens e ônibus entre os dois países.
A tensão entre a Índia e o Paquistão registrou uma leve redução anteontem, após a detenção por Islamabad de mais de 20 supostos extremistas islâmicos. Ontem, a polícia paquistanesa deteve mais integrantes de um grupo acusado pela Índia de envolvimento no ataque ao Parlamento. Mais de dez membros do Jaish-e-Mohammad, que combate a presença indiana na disputada região da Caxemira, foram detidos na Província de Sindh (sul).
Os dois países já travaram três guerras desde 1947, quando a Índia, de maioria hindu, e o Paquistão, de maioria muçulmana, se tornaram independentes do Império Britânico.
O principal foco de conflito na região é a Caxemira, dividida entre três países: a Índia, o Paquistão e a China. Os indianos controlam a maior parte, cerca de 45%. Os paquistaneses possuem ao redor de 30%. O restante se localiza em território chinês. O Paquistão, de maioria islâmica, reivindica a porção indiana da Caxemira, onde a maior parte da população também é muçulmana. A Índia é majoritariamente hindu.
Um representante do Exército paquistanês disse ontem que ainda há grande perigo na fronteira com a Índia. "Qualquer pequeno incidente poderia fazer a situação ficar fora de controle", disse um militar paquistanês na parte da Caxemira controlada por seu país. Houve trocas de tiros na região, onde ao menos 15 pessoas morreram ontem.
Em mensagem de Ano Novo, o premiê da Índia, Atal Behari Vajpayee, disse que seu país está disposto a negociar com o Paquistão -incluindo na pauta a Caxemira- se seu vizinho abandonar a "mentalidade anti-Índia".
O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, vai visitar o Paquistão nos próximos dias 7 e 8 para discutir a crise na região, segundo Aziz Ahmed Khan, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Paquistão. Blair também deve ir à Índia.
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Apesar de crise, Índia e Paquistão renovam trato
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Apesar da tensão dos últimos dias, a Índia e o Paquistão renovaram ontem um acordo, firmado em 1991, que estabelece que nenhum desses países deve atacar as instalações nucleares do outro.
"Hoje [ontem], a Índia e o Paquistão, por meio de canais diplomáticos, simultaneamente em Nova Déli e em Islamabad, trocaram listas de instalações nucleares cobertas pelo Acordo de Proibição de Ataque contra Instalações Nucleares", afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Índia.
A troca de listas com a relação das instalações nucleares assumiu uma importância ainda maior num momento em que a Índia e o Paquistão promoveram os maiores preparativos militares dos últimos 15 anos, após o ataque contra o Parlamento indiano no último dia 13, com saldo de 14 mortos (incluindo cinco terroristas).
Além de ampliar sua presença militar ao longo da fronteira, Nova Déli e Islamabad reduziram as relações diplomáticas e suspenderam as viagens feitas por aviões, trens e ônibus entre os dois países.
A tensão entre a Índia e o Paquistão registrou uma leve redução anteontem, após a detenção por Islamabad de mais de 20 supostos extremistas islâmicos. Ontem, a polícia paquistanesa deteve mais integrantes de um grupo acusado pela Índia de envolvimento no ataque ao Parlamento. Mais de dez membros do Jaish-e-Mohammad, que combate a presença indiana na disputada região da Caxemira, foram detidos na Província de Sindh (sul).
Os dois países já travaram três guerras desde 1947, quando a Índia, de maioria hindu, e o Paquistão, de maioria muçulmana, se tornaram independentes do Império Britânico.
O principal foco de conflito na região é a Caxemira, dividida entre três países: a Índia, o Paquistão e a China. Os indianos controlam a maior parte, cerca de 45%. Os paquistaneses possuem ao redor de 30%. O restante se localiza em território chinês. O Paquistão, de maioria islâmica, reivindica a porção indiana da Caxemira, onde a maior parte da população também é muçulmana. A Índia é majoritariamente hindu.
Um representante do Exército paquistanês disse ontem que ainda há grande perigo na fronteira com a Índia. "Qualquer pequeno incidente poderia fazer a situação ficar fora de controle", disse um militar paquistanês na parte da Caxemira controlada por seu país. Houve trocas de tiros na região, onde ao menos 15 pessoas morreram ontem.
Em mensagem de Ano Novo, o premiê da Índia, Atal Behari Vajpayee, disse que seu país está disposto a negociar com o Paquistão -incluindo na pauta a Caxemira- se seu vizinho abandonar a "mentalidade anti-Índia".
O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, vai visitar o Paquistão nos próximos dias 7 e 8 para discutir a crise na região, segundo Aziz Ahmed Khan, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Paquistão. Blair também deve ir à Índia.
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