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25/01/2002
-
08h54
da France Presse, em Nova Déli (Índia)
A Índia realizou com sucesso hoje o disparo de um míssil balístico de médio alcance, capaz de transportar uma bomba nuclear, ignorando assim os apelos para aliviar a tensão com o Paquistão.
Pouco depois do anúncio de que esta prova tinha sido um sucesso, Islamabad [capital paquistanesa] qualificou-a de "prejudicial" para a estabilidade regional, lançando uma advertência a Nova Déli contra qualquer agressão.
"Esperamos que a comunidade internacional anote esta atitude indiana, que é prejudicial para a continuação da estabilidade na região, especialmente na situação atual", indica um comunicado do Ministério paquistanês de Relações Exteriores.
O primeiro-ministro indiano, Atal Behari Vajpayee, disse que o disparo do míssil com capacidade nuclear constitui uma medida de proteção da Nação".
"Para a segurança e a proteção da Nação, tomamos várias medidas e o [disparo do míssil] Agni é uma delas", afirmou Vajpayee em sua residência, algumas horas depois da prova.
O míssil da classe Agni I foi disparado às 8h50 locais (0h20 de Brasília)da base de Chandipur, na costa do Estado de Orissa (leste).
"É um passo importante, reflete nosso progresso científico", disse Vajpayee, assegurando que a data da prova tinha sido decidida com muita antecedência.
Segundo a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Índia, Nirupama Rao, a prova do míssil, cujo raio de ação é de menos de 700 km, "foi realizada de maneira não provocativa em águas internacionais".
A porta-voz afirmou que o Paquistão tinha sido informado com antecedência sobre o disparo, assim como as cinco grandes potências nucleares declaradas (Reino Unido, China, França, Estados Unidos e Rússia).
Os dois países disputam o poder do território da Caxemira. Atualmente, dois terços do território estão sob domínio indiano e o restante sob controle do Paquistão e da China. Das três guerras travadas desde a independência (1947), duas delas foram por causa da Caxemira.
A situação entre os dois países voltou a ficar tensa depois de um atentado ocorrido no dia 13 de dezembro, quando homens armados com rifles e granadas invadiram o Parlamento da Índia, em Nova Déli. O incidente deixou 14 mortos, entre eles os cinco terroristas. Nova Déli responsabilizou as guerrilhas islâmicas do Paquistão e preparou uma resistência militar na fronteira com o território paquistanês, pedindo a Islamabad que acabe com os militantes islâmicos.
O míssil Agni I pode ter um alcance de até 1.500 quilômetros, segundo suas versões, o que lhe permite penetrar profundamente nos territórios do Paquistão ou China.
O último ensaio balístico indiano foi realizado em janeiro de 2001 e na ocasião se tratava de um Agni II, cujo alcance é de 2.500 quilômetros.
Este novo disparo ocorre depois da visita a Islamabad do secretário geral da ONU, Kofi Annan, ontem, que destacou a necessidade de deter a escalada militar na fronteira indo-paquistanesa.
Os mísseis da série Agni são considerados como um elemento essencial na jpolítica de dissuasão militar indiana, que adquiriu suas verdadeiras dimensões com as provas nucleares subterrâneas de maio de 1998, o que levou Islamabad a efetuar provas atômicas pouco depois.
Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão
Teste de míssil indiano com capacidade nuclear acentua tensão
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A Índia realizou com sucesso hoje o disparo de um míssil balístico de médio alcance, capaz de transportar uma bomba nuclear, ignorando assim os apelos para aliviar a tensão com o Paquistão.
Pouco depois do anúncio de que esta prova tinha sido um sucesso, Islamabad [capital paquistanesa] qualificou-a de "prejudicial" para a estabilidade regional, lançando uma advertência a Nova Déli contra qualquer agressão.
"Esperamos que a comunidade internacional anote esta atitude indiana, que é prejudicial para a continuação da estabilidade na região, especialmente na situação atual", indica um comunicado do Ministério paquistanês de Relações Exteriores.
O primeiro-ministro indiano, Atal Behari Vajpayee, disse que o disparo do míssil com capacidade nuclear constitui uma medida de proteção da Nação".
"Para a segurança e a proteção da Nação, tomamos várias medidas e o [disparo do míssil] Agni é uma delas", afirmou Vajpayee em sua residência, algumas horas depois da prova.
O míssil da classe Agni I foi disparado às 8h50 locais (0h20 de Brasília)da base de Chandipur, na costa do Estado de Orissa (leste).
"É um passo importante, reflete nosso progresso científico", disse Vajpayee, assegurando que a data da prova tinha sido decidida com muita antecedência.
Segundo a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Índia, Nirupama Rao, a prova do míssil, cujo raio de ação é de menos de 700 km, "foi realizada de maneira não provocativa em águas internacionais".
A porta-voz afirmou que o Paquistão tinha sido informado com antecedência sobre o disparo, assim como as cinco grandes potências nucleares declaradas (Reino Unido, China, França, Estados Unidos e Rússia).
Os dois países disputam o poder do território da Caxemira. Atualmente, dois terços do território estão sob domínio indiano e o restante sob controle do Paquistão e da China. Das três guerras travadas desde a independência (1947), duas delas foram por causa da Caxemira.
A situação entre os dois países voltou a ficar tensa depois de um atentado ocorrido no dia 13 de dezembro, quando homens armados com rifles e granadas invadiram o Parlamento da Índia, em Nova Déli. O incidente deixou 14 mortos, entre eles os cinco terroristas. Nova Déli responsabilizou as guerrilhas islâmicas do Paquistão e preparou uma resistência militar na fronteira com o território paquistanês, pedindo a Islamabad que acabe com os militantes islâmicos.
Reuters |
Modelo de míssil semelhante ao utiliado hoje pela Índia |
O último ensaio balístico indiano foi realizado em janeiro de 2001 e na ocasião se tratava de um Agni II, cujo alcance é de 2.500 quilômetros.
Este novo disparo ocorre depois da visita a Islamabad do secretário geral da ONU, Kofi Annan, ontem, que destacou a necessidade de deter a escalada militar na fronteira indo-paquistanesa.
Os mísseis da série Agni são considerados como um elemento essencial na jpolítica de dissuasão militar indiana, que adquiriu suas verdadeiras dimensões com as provas nucleares subterrâneas de maio de 1998, o que levou Islamabad a efetuar provas atômicas pouco depois.
Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão
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