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Biógrafo diz que Chávez está desesperado em busca de inimigos
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da Efe, em Bogotá
O venezuelano Alberto Barrera Tyszka, biógrafo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou em entrevista publicada neste domingo em Bogotá que o chefe de Estado "anda desesperado buscando inimigos" e elogiou Álvaro Uribe por não responder a seus insultos.
Em entrevista à revista colombiana "Semana", Barrera Tyszka, autor do livro "Hugo Chávez Sem Uniforme", referiu-se às recentes acusações do presidente venezuelano contra Uribe, chamando-o de "cínico, mentiroso e peão dos Estados Unidos".
O escritor afirmou que "o pior que pode acontecer a Chávez é que não respondam a ele. Anda desesperado buscando inimigos importantes, porque de outra maneira não é perigoso, nem subversivo, nem revolucionário".
Ele lembrou as polêmicas do chefe de Estado venezuelano com os presidentes dos Estados Unidos, George W. Bush, e do Peru, Alan García, e mais recentemente com o da Colômbia.
"Chávez está desejoso de uma épica que não tem: não tombou nenhum ditador. Tem uma temperatura verbal muito alta. Hoje insulta Bush, amanhã Alan García, depois de amanhã Álvaro Uribe", disse o escritor.
Barrera Tyszka afirmou que "todos reconhecem que Chávez é um homem de uma grande sensibilidade social, mas, ao mesmo tempo, é um grande egocêntrico".
O escritor acrescentou que, por isso, o presidente da Venezuela "tem um protagonismo e um poder e, infelizmente, ao redor disso, construiu um regime cada vez mais personalista. Ele é fascinado com esse culto à sua personalidade que muitos alimentam".
O biógrafo declarou que Chávez "seqüestrou os cidadãos, e isso tem a ver com sua natureza militar".
"Ele se define como um soldado. Organiza o povo em batalhões. Descreve as eleições como combates. Funciona dentro da lógica militar, e, nesse sentido, há um desprezo em relação ao mundo civil, que considera desorganizado, corrupto e ineficaz".
Barrera Tyszka afirmou que Uribe, ao cancelar, em novembro, a mediação que três meses antes tinha pedido a Chávez para a libertação dos seqüestrados pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), atingiu a "vaidade" do presidente venezuelano.
"Uribe faltou com respeito a ele publicamente. Ele o deixou mal em um momento no qual Chávez estava buscando internacionalização, mas Uribe fez bem em não responder, para não reproduzir a mesma dinâmica de confronto com a qual Chávez funciona", completou.
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