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03/02/2008 - 18h28

Egito fecha passagem fronteiriça de Rafah após acordo com o Hamas

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da Folha Online

O fechamento da passagem de Rafah, após ação coordenada entre o Egito e o movimento islâmico palestino Hamas, pôs fim neste domingo à entrada de centenas de milhares de palestinos em território egípcio e restabeleceu o bloqueio imposto por Israel contra a faixa de Gaza.

O diretor do centro de imprensa governamental em Rafah, Musad Badawi, explicou à agência Efe que já não é mais permitido atravessar a fronteira, salvo no caso dos palestinos que retornam à faixa e dos egípcios que voltam ao seu país, através de um único ponto, a passagem de Salah ad Din.

Segundo Badawi, ao longo da noite, policiais egípcios estiveram presentes perto da fronteira com o território palestino se preparando para o fechamento da passagem.

Os policiais colocaram cercas metálicas junto à passagem fronteiriça para impedir a entrada de mais palestinos em território egípcio.

A medida foi tomada no dia seguinte ao acordo firmado no Cairo entre o grupo islâmico Hamas, que controla a faixa de Gaza desde junho de 2007, e autoridades egípcias sobre o controle da passagem fronteiriça.

No entanto, não foi divulgado até o momento o conteúdo do acordo entre Egito e Hamas, nem se há algum compromisso do governo egípcio em relação a uma contrapartida pelo fechamento da passagem de Rafah.

Mahmoud Zahar, dirigente do Hamas e membro da delegação que esteve no Cairo, declarou no sábado que o movimento e as autoridades do Egito aceitaram "formar canais conjuntos de contato que levem a uma fronteira bem organizadas entre palestinos e egípcios".

Nenhuma fonte oficial do país africano se pronunciou até agora sobre o resultado das conversas com o Hamas, realizadas em paralelo a outras reuniões entre dirigentes egípcios e do movimento secular palestino Fatah, incluindo o próprio presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.

Fontes de segurança egípcias disseram à Efe que o Cairo negociará em breve separadamente com representantes do Hamas e do Fatah, em encontros ainda sem datas definidas.

Irmandade Muçulmana

O grupo egípcio Irmandade Muçulmana, organização ideologicamente próxima ao Hamas, declarou à Efe que sempre se esforça para manter abertas as passagens fronteiriças entre o Egito e os territórios palestinos.

"O objetivo é suspender o bloqueio israelense imposto ao povo palestino, mas sempre levando em conta a segurança do Egito", afirmou Mohammed Habib, vice-guia supremo da Irmandade Muçulmana.

Habib assegurou que sua organização não teve nenhum contato com a delegação do Hamas no Cairo, e desmentiu que isso se deva ao fato de o governo egípcio ter pressionado os islamitas a não se reunirem com eles.

Apesar de este domingo ter sido tranqüilo na região de Rafah após o fechamento da passagem, a situação não voltou ao normal para os cidadãos do local.

Por telefone, Badawi contou que as massas de palestinos que entraram no Egito acabaram com os produtos básicos e deixaram a cidade "sem comida e bebida".

Em Rafah, não há nenhum movimento além do da passagem de palestinos que retornam à faixa de Gaza e egípcios que voltam a seu país por meio da passagem de Salah ad Din.

Em declarações à Efe, Walid Hosni, proprietário de uma farmácia de plantas medicinais que fica a 30 metros de Salah ad Din, disse que as lojas locais não abriram neste domingo, já que não têm produtos para vender.

"Para que abrir as portas se não há compras nem vendas? A cidade está vazia, não há clientes nem produtos", disse Hosni por telefone.

Pai de quatro filhos, o comerciante se queixou do fato de os milhares de palestinos que entraram nos últimos dias terem deixado os egípcios de Rafah "sob tensão por causa da avalanche de pessoas e por causa da alta de preços".

Tanto Hosni quanto outros comerciantes e cidadãos do lado egípcio da fronteira esperam a chegada de novos produtos para poderem abrir suas lojas normalmente.

Segundo Badawi, o governador da Província do Norte do Sinai, Ahmed Abdel Hamid, deu ordens para abastecer Rafah com produtos que chegarão entre este domingo e segunda-feira de Al Arish, capital da Província.

 

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