Mais de 30 mil refugiados do Chade chegam ao Camarões

Entre 30 mil e 50 mil refugiados chadianos chegaram nas últimas horas à fronteira com Camarões. Os refugiados se concentram em Kuseri, próximo a Ndjamena (capital do Chade) e do outro lado do rio Chari --a ponte no local se transformou na principal via de saída dos habitantes que querem fugir do Chade.

As agências humanitárias têm grandes limitações para ajudá-los. 'Paramos de contar e de registrar as pessoas', disse o responsável da Cruz Vermelha Internacional em Camarões, Javier Medrano.

O fim temporário dos conflitos em Ndjamena permitiu muitos habitantes buscarem refúgio em Kuseri.

No sábado (2) à tarde, chegaram à Kuseri cerca de 600 refugiados; no domingo (3) ao meio-dia, três mil. À noite, o número já tinha subido para oito mil.

Medrano afirmou que a Cruz Vermelha camaronesa deslocou cerca de 60 voluntários, que estão prestando ajuda aos refugiados que chegam.

Abderamane Koulamallah, porta-voz do Comando Militar Único (CMU), disse por telefone que a trégua foi proposta por mediadores da Líbia e de Burkina Fasso, e que foi aceita pelos insurgentes.

"Blaise Compaoré, presidente de Burkina Fasso, e o chefe de Estado líbio, Muammar al Kadafi, propuseram o cessar-fogo e nós aceitamos", disse Koulamallah.

A decisão do CMU foi tomada de forma unilateral, já que, segundo o porta-voz, os rebeldes desconhecem a posição do Governo chadiano.