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Líderes do partido governista do Paquistão perdem em eleição legislativa
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da Folha Online
O líder do partido governista do Paquistão, Chaudhry Shujaat Hussain, e um ex-ministro da mesma legenda perderam seus assentos no Parlamento nas eleições desta segunda-feira, segundo dois canais de TV paquistaneses privados.
Hussain, ex-premiê e aliado político próximo do ditador Pervez Musharraf, foi derrotado na circunscrição eleitoral de Gujrat por um candidato de oposição do partido da ex-premiê Benazir Bhutto, segundo as TVs Dawn News e Aaj, citando fontes não-oficiais.
Arte |
Hussain também disputa um assento em outra circunscrição, mas a derrota em sua cidade natal é um grande golpe para a Liga Muçulmana do Paquistão (PML-Q) e sugere que o desempenho do partido pode ser ruim no pleito, em meio a sinais de um forte apoio à oposição.
Sheikh Rashid Ahmed, ex-ministro das Estradas de Ferro e aliado próximo de Musharraf, perdeu a disputa na Próvíncia de Punjab, reduto do partido governista, segundo as mesmas fontes.
A Comissão Eleitoral ainda deve fazer um anúncio oficial, mas membros da PML-Q confirmaram a derrota de Hussain, e um porta-voz do partido afirmou que os candidatos da oposição estão se saindo bem no pleito.
Participação
O secretário-geral da Rede para Eleições Livres e Justas (Fafen, na sigla em inglês), Sarwar Bari, calculou nesta segunda que a participação nas eleições parlamentares realizadas no Paquistão foi de 42% --a mesma que havia sido registrada em 2002. Cerca de 81 milhões de eleitores estavam registrados para votar no pleito.
A Fafen, que reúne 30 organizações da sociedade civil paquistanesa, obteve permissão das autoridades para observar o pleito e destacou milhares de membros por colégios do país.
A Comissão Eleitoral paquistanesa ainda não se pronunciou sobre a participação nas eleições.
Os cerca de 64 mil colégios eleitorais foram fechados às 17h (9h de Brasília). Os resultados devem ser divulgados por volta das 23h (15h de Brasília), segundo a Comissão Eleitoral.
Athar Hussain/Reuters |
Eleitores aguardam em fila para votar no Paquistão; autoridades calculam que 42% dos eleitores foram às urnas nesta segunda |
A contagem de votos começou logo após as eleições desta segunda-feira, na qual um novo Parlamento será eleito e que são consideradas cruciais para o país, que vive uma profunda crise política e uma onda sem precedentes de atentados terroristas ligados à rede Al Qaeda.
A apuração dos votos será presenciada por interventores dos partidos e recolhida em uma ata que se tornará pública e será levada pessoalmente pelo presidente do colégio ao juiz eleitoral encarregado de cada circunscrição.
Em Karachi, a dona de casa Nargis Hamid disse que votaria "pela paz", porque o país não pode progredir sem ela. Mohsin Ali, estudante, 24, que votava em Lahore, disse que pretendia demonstrar seu apoio à democracia e à expulsão dos políticos corruptos do país.
"Eles [os corruptos] buscam apenas poder, e uma vez que o conseguem, nós não somos nada. A democracia ainda não teve a sua chance, o Exército não permite", disse Ali.
De acordo com informações da inteligência, 11 pessoas morreram --sete delas em Punjab-- e 70 ficaram feridas durante as eleições.
Na Província de Sindh, terra natal da ex-premiê paquistanesa Benazir Bhutto, o secretário do governo local Arif Ali Khan disse que duas pessoas morreram e 50 ficaram feridas.
"Isso é quase insignificante", disse Khan, embora tenha lamentado as mortes.
Eleições
O pleito é visto como um passo em direção à democracia, após oito anos de regime militar do ditador Pervez Musharraf, cujo futuro político se torna agora indefinido. Musharraf assumiu o poder em 1999 em um golpe de Estado. Ele precisou abandonar o cargo de comandante do Exército depois de ter sido reeleito em 6 de fevereiro em condições controversas, e desistiu da chefia das Forças Armadas depois de forte pressão dos EUA.
Waqar Hussein/Efe |
Policiais patrulham ruas de Larkana, um dos redutos da ex-premiê Benazir Bhutto |
Apesar das acusações da oposição de que ele pretenderia fraudar a votação, Musharraf afirmou que as eleições serão "justas e livres", e que trabalhará ao lado do novo governo, seja quem for o vencedor. "Qualquer partido que ganhar, seja quem for o premiê, eu os congratularei", disse Musharraf. "E eles terão toda minha cooperação como presidente".
Embora os paquistaneses possam escolher entre candidatos de 49 partidos políticos diferentes, três disputam a maioria do voto: a Liga Muçulmana do Paquistão-Q, que apóia Musharraf e é liderada por Chaudhry Hussein; o PPP (Partido Popular do Paquistão), dirigido pelo viúvo de Benazir Bhutto, Asif Zardari, e a Liga Muçulmana do Paquistão-N (PML-N) do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif.
Também concorre o partido religioso Jamiat Ulema-e-Islam, principal membro da aliança MMA (Muttahida Majlis-e-Amal), que foi a grande surpresa das eleições de 2002 ao se erguer como terceira força parlamentar, atrás do PML-Q e do PPP
Com France Presse, Efe e Associated Press
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