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10/03/2002 - 13h11

Americanos expandem guerra ao terror

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MICHAEL GORDON E JAMES DAO
do "The New York Times"

O presidente dos EUA, George W. Bush, aprovou no início do mês planos de mandar tropas e equipamentos para o Iêmen, com o objetivo de ajudar a treinar o Exército local em táticas de luta contra o terrorismo.

O Iêmen foi o último parceiro a aderir à campanha internacional antiterror que vai se expandindo para além do Afeganistão. Essa expansão vai na direção do golfo Pérsico, das Filipinas, da Geórgia e, provavelmente, da Indonésia, país de maior população muçulmana no mundo.

Enquanto isso, os democratas vão ficando inquietos com as ações militares, reclamando que o governo pede fundos ilimitados, mas sem mostrar um mapa claro do caminho que o esforço militar de proporções globais tomará.

O governo rejeita as acusações, dizendo que elas não levam em consideração o tamanho das operações da Al Qaeda e a necessidade de combater a rede de terror no mundo todo.

Enquanto Washington vem se envolvendo em especulações crescentes sobre uma grande campanha contra o Iraque, a campanha militar global em curso parece estar se expandindo a cada semana.

Mas essas operações são feitas de modo bem diferente de um eventual ataque direto ao Iraque. Envolvem treino militar dado por forças especiais dos EUA e doação de armas e equipamentos para os países que lutam para acabar com insurgentes islâmicos com possíveis ligações com a Al Qaeda.

Forças especiais têm tido um papel preponderante no Afeganistão, onde elas direcionam os ataques aéreos e, algumas vezes, lutam ao lado de tropas afegãs.

Na próxima etapa da guerra contra o terrorismo, o papel dessas forças especiais estará mais limitado a treinamento e suprimento de material para os países que pedirem assistência americana. As tropas dos EUA serão orientadas inclusive a não se envolver nos combates, exceto em casos de autodefesa.

As missões devem variar de país a país. Na ex-República soviética da Geórgia, por exemplo, os EUA estão mandando cerca de 200 soldados e mais de US$ 50 milhões em equipamentos para auxiliar o frágil Exército georgiano, que tem sido incapaz de estabelecer um controle efetivo sobre o desfiladeiro de Pankisi, próximo à região rebelde russa da Tchetchênia. Estima-se que vários extremistas da Al Qaeda estejam se escondendo em Pankisi -e muitos deles estariam lá há meses, antes mesmo do início dos ataques americanos ao Afeganistão.

Apesar disso, não há planos para que soldados dos EUA entrem em combate direto na Geórgia.

Em Washington, militares de alta patente estão pressionando o Congresso para que ele permita o estabelecimento de relações "entre militares" com a Indonésia.

A Argélia já pediu aos EUA que fornecessem equipamentos para visão noturna e outros acessórios para o combate a terroristas.
Das novas operações, a das Filipinas, ex-protetorado americano, é a mais ambiciosa. Cerca de 600 soldados americanos -incluindo 160 de tropas de elite- já estão no país, treinando e aconselhando as tropas locais que tentam cercar o grupo separatista islâmico Abu Sayyaf.
Há muito o Pentágono vê o Iêmen como um centro de apoio a Osama bin Laden -o pai dele nasceu lá. E o Iêmen também foi palco do atentado terrorista ao destróier USS Cole, que matou 17 marinheiros americanos em 2000.

Em algumas partes da fronteira com a Arábia Saudita, as bem armadas milícias tribais são mais fortes do que o próprio Exército iemenita. Segundo o general John Rosa, vice-diretor de Operações do Estado-Maior dos EUA, é possível que alguns dos líderes da Al Qaeda tenham voltado para essa região após a queda do Taleban.

Tradução de Rodrigo Uchôa

Leia mais:
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