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14/03/2002
-
00h48
da Folha Online
Montenegro arquivou hoje seus planos de tornar-se independente para formar uma nova união com a Sérvia, transformando, na prática, a Iugoslávia (denominação criada em 1929) em assunto para livros de história. Segundo o Ocidente, o acordo pode evitar um novo conflito fronteiriço sangrento nos Bálcãs.
"Demos um passo importante no que se refere à estabilidade da região e da Europa", afirmou Javier Solana, chefe da diplomacia da União Européia (UE), após a assinatura de um texto que servirá como base para o futuro acordo oficial entre as duas repúblicas da ex-Iugoslávia. Líderes políticos de Montenegro e da Sérvia também assinaram o acordo.
Sob forte pressão da UE, o presidente de Montenegro, Milo Djukanovic, concordou em adiar em três anos o referendo sobre a independência da república, que pretendia realizar em breve. Ele se comprometeu a participar da reorganização do país, que se tornará uma união chamada Sérvia e Montenegro.
A Iugoslávia, cujo doloroso desmembramento, na primeira metade da década passada, deu origem a alguns dos mais sangrentos conflitos ocorridos após a Segunda Guerra Mundial, deixaria, portanto, de existir, mas não se desintegraria totalmente.
No entanto isso só ocorrerá se Djukanovic conseguir convencer alguns de seus aliados e muitos de seus eleitores que exigem a independência agora. Djukanovic e o presidente iugoslavo, Vojislav Kostunica, se encontrarão hoje em Barcelona na cúpula da UE.
Após uma década de guerras nos Bálcãs, países ocidentais temem que a independência de Montenegro possa motivar kosovares e macedônios de origem albanesa e sérvios da Bósnia a querer pôr em xeque as fronteiras hoje existentes, o que poderia provocar novos conflitos secessionistas. Montenegro tem 650 mil habitantes, e a população sérvia é de 10 milhões de pessoas.
A assinatura do acordo provisório já reforçou a veleidade de tornar-se independente de uma ala dos políticos kosovares de origem albanesa. Kosovo, cuja administração permanece a cargo das Nações Unidas, ainda é uma Província da Sérvia. "Esse acordo vai acelerar o processo de independência de Kosovo, pois, de agora em diante, a Iugoslávia não existe mais", declarou Ruxhdi Sefa, membro graduado do terceiro maior partido da Província _a Aliança para o Futuro de Kosovo.
Sérvia e Montenegro, as duas únicas repúblicas iugoslavas que não se tornaram independentes após o início do desmembramento da antiga federação, em 1991, vão agora conceber uma nova Constituição. Os líderes políticos federais _da moribunda Iugoslávia_ também participarão do processo. A aprovação dos parlamentares das duas repúblicas também será necessária. As outras quatro repúblicas da ex-Iugoslávia eram a Eslovênia, a Croácia, a Bósnia e a Macedônia.
Djukanovic deverá ter grande dificuldade em "vender" o acordo a alguns de seus principais aliados internos, e muitos analistas políticos crêem que não venha a ser fácil manter a nova união, já que Sérvia e Montenegro têm interesses bastante distintos.
Os dois países concordaram em harmonizar suas economias, mas não revelaram como os dois sistemas financeiros _bem diferentes_ poderão ser alinhados. Montenegro deixou de usar o dinar iugoslavo em 1999 e adotou o marco alemão. Usa hoje o euro. Segundo líderes dos dois países, a política externa e a de defesa da união deverão ser consensuais.
Com agências internacionais
Leia mais no especial Bálcãs
Sérvia e Montenegro selam acordo para reformar Iugoslávia
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Montenegro arquivou hoje seus planos de tornar-se independente para formar uma nova união com a Sérvia, transformando, na prática, a Iugoslávia (denominação criada em 1929) em assunto para livros de história. Segundo o Ocidente, o acordo pode evitar um novo conflito fronteiriço sangrento nos Bálcãs.
"Demos um passo importante no que se refere à estabilidade da região e da Europa", afirmou Javier Solana, chefe da diplomacia da União Européia (UE), após a assinatura de um texto que servirá como base para o futuro acordo oficial entre as duas repúblicas da ex-Iugoslávia. Líderes políticos de Montenegro e da Sérvia também assinaram o acordo.
Sob forte pressão da UE, o presidente de Montenegro, Milo Djukanovic, concordou em adiar em três anos o referendo sobre a independência da república, que pretendia realizar em breve. Ele se comprometeu a participar da reorganização do país, que se tornará uma união chamada Sérvia e Montenegro.
A Iugoslávia, cujo doloroso desmembramento, na primeira metade da década passada, deu origem a alguns dos mais sangrentos conflitos ocorridos após a Segunda Guerra Mundial, deixaria, portanto, de existir, mas não se desintegraria totalmente.
No entanto isso só ocorrerá se Djukanovic conseguir convencer alguns de seus aliados e muitos de seus eleitores que exigem a independência agora. Djukanovic e o presidente iugoslavo, Vojislav Kostunica, se encontrarão hoje em Barcelona na cúpula da UE.
Após uma década de guerras nos Bálcãs, países ocidentais temem que a independência de Montenegro possa motivar kosovares e macedônios de origem albanesa e sérvios da Bósnia a querer pôr em xeque as fronteiras hoje existentes, o que poderia provocar novos conflitos secessionistas. Montenegro tem 650 mil habitantes, e a população sérvia é de 10 milhões de pessoas.
A assinatura do acordo provisório já reforçou a veleidade de tornar-se independente de uma ala dos políticos kosovares de origem albanesa. Kosovo, cuja administração permanece a cargo das Nações Unidas, ainda é uma Província da Sérvia. "Esse acordo vai acelerar o processo de independência de Kosovo, pois, de agora em diante, a Iugoslávia não existe mais", declarou Ruxhdi Sefa, membro graduado do terceiro maior partido da Província _a Aliança para o Futuro de Kosovo.
Sérvia e Montenegro, as duas únicas repúblicas iugoslavas que não se tornaram independentes após o início do desmembramento da antiga federação, em 1991, vão agora conceber uma nova Constituição. Os líderes políticos federais _da moribunda Iugoslávia_ também participarão do processo. A aprovação dos parlamentares das duas repúblicas também será necessária. As outras quatro repúblicas da ex-Iugoslávia eram a Eslovênia, a Croácia, a Bósnia e a Macedônia.
Djukanovic deverá ter grande dificuldade em "vender" o acordo a alguns de seus principais aliados internos, e muitos analistas políticos crêem que não venha a ser fácil manter a nova união, já que Sérvia e Montenegro têm interesses bastante distintos.
Os dois países concordaram em harmonizar suas economias, mas não revelaram como os dois sistemas financeiros _bem diferentes_ poderão ser alinhados. Montenegro deixou de usar o dinar iugoslavo em 1999 e adotou o marco alemão. Usa hoje o euro. Segundo líderes dos dois países, a política externa e a de defesa da união deverão ser consensuais.
Com agências internacionais
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