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19/04/2007 - 00h00

Al Qaeda lança "governo" no Iraque; ONU anuncia plano para país

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da Folha Online

No mesmo dia em que a coalizão Estado Islâmico para o Iraque, ligada à rede terrorista Al Qaeda, anunciou em um vídeo a formação de um gabinete islâmico local, a ONU (Organização das Nações Unidas) e o governo oficial do país divulgaram que será lançado no próximo mês um plano de reconstrução. Em meio às violentas disputas no Iraque, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse nesta quinta-feira que pretende conseguir apoio internacional e listar as necessidades mais urgentes do Iraque a partir de maio.

Ao falar a jornalistas hoje, Ban disse que lançará o plano ao lado do premiê do Iraque, Nouri al Maliki, no dia 3 do próximo mês em um resort no Egito. Uma conferência ministerial incluindo oficiais de todo o Oriente Médio e outras regiões se seguirá ao lançamento, acrescentou o secretário-geral.

"Espero que estes dois eventos internacionais tenham papel importante ao ajudar o governo do Iraque a restaurar a paz e a segurança", disse Ban. O plano, chamado "The Iraq Compact pretende enumerar as necessidades do Iraque em áreas como saúde e infra-estrutura, além de aumentar o apoio estrangeiro às forças governantes do país.

O apoio é realmente necessário. O gabinete anunciado pela coalizão Estado Islâmico para o Iraque fez é aparentemente uma estratégia de propaganda para apresentar uma "alternativa" ao governo iraquiano do premiê Al Maliki. O Estado Islâmico no Iraque é uma coalizão formada por oito grupos insurgentes --o principal deles é a Al Qaeda no Iraque.

Vídeo

No vídeo do anúncio, que foi divulgado na internet nesta quinta-feira, um porta-voz do grupo aparece com o rosto coberto.

"É nosso dever apresentar a formação deste gabinete, o primeiro islâmico do Iraque, que tem fé em Deus", afirmou o homem, que utilizava trajes islâmicos. Em seguida, ele leu uma lista de dez membros do "gabinete", entre eles o do líder da rede Al Qaeda no país, Abu Hamza al Muhajer, nomeado como "ministro da guerra".

Al Muhajer foi anunciado como sucessor de Abu Musab al Zarqawi, que era líder da Al Qaeda no Iraque e foi morto em um bombardeio dos Estados Unidos em junho de 2006.

Os demais nomes eram pseudônimos de homens não-identificados. O Estado Islâmico no Iraque é liderado por Abu Omar al Baghdadi, que sustenta o título de emir [príncipe] da fé.

A Al Qaeda no Iraque é apontada como responsável pelos mais violentos ataques suicidas contra civis no Iraque, assim como ações contra tropas americanas e iraquianas.

Ataques

Nesta quinta-feira, uma nova explosão de carro-bomba no distrito xiita de Karradah, próximo da casa do presidente iraquiano Jalal Talabani, matou ao menos 12 pessoas e feriu outras 34.

"A nova ação ocorreu um dia depois que ataques em série mataram 200 pessoas no Iraque, no segundo dia mais sangrento desde a invasão da coalizão liderada pelos Estados Unidos, em 2003.

O recorde é de 23 de novembro de 2006, quando a explosão coordenada de vários carros-bomba matou 202 pessoas no bairro de Sadr City, na capital --ao menos 256 foram mortas em todo o país, segundo a contagem da agência de notícias Associated Press.

No pior ataque de ontem, ao menos 140 pessoas morreram no mercado de Sadriyah, em Bagdá. Em 3 de fevereiro, o mesmo mercado havia sofrido outro ataque, no qual ao menos 127 pessoas morreram. No final da noite, o premiê iraquiano, Nouri al Maliki, ordenou a prisão de um coronel do Exército iraquiano responsável pela segurança na região.

Segundo a polícia, um suicida atirou o carro-bomba contra um tanque de combustível na região de Jadriya, matando dez e ferindo outras 21 pessoas. Uma coluna de fumaça cobriu a área, enquanto chamas consumiam o carro-bomba e o tanque, segundo imagens de TV.

Em outro ataque nesta quarta-feira, um carro-bomba conduzido por um suicida matou 30 pessoas nas proximidades de um posto de checagem em Sadr City, bairro predominantemente xiita na periferia de Bagdá que abriga a base do clérigo Moqtada al Sadr. Ele prega a saída dos americanos do Iraque.

Segurança

Os atentados ocorreram horas depois que o premiê iraquiano, Nouri al Maliki, afirmou que tropas iraquianas assumirias o controle da segurança do país até o final deste ano.

Maliki sofre intensa pressão para que as tropas americanas deixem o país, mas a explosão de ao menos cinco bombas nesta quarta-feira apontam os graves problemas na segurança.

Os ataques podem acirrar a tensão sectária em Bagdá, principalmente entre os membros do Exército de Mahdi. Seis ministros ligados a Al Sadr deixaram o governo iraquiano na segunda-feira (16) para pressionar pela retirada dos 146 mil soldados dos EUA no Iraque.

Bagdá vem sendo cenário de violência sectária desde o atentado contra uma mesquita xiita em Samarra em 22 de fevereiro.

Com agências internacionais

 

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