Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
28/03/2008 - 22h26

Equador diz que dados de computador das Farc podem ter sido alterados

Publicidade

da Folha Online

O ministro de Segurança do Equador, Gustavo Larrea, afirmou nesta sexta-feira que as informações que a Colômbia disse ter extraído dos computadores de "Raúl Reyes", o número dois das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) morto em 1º de março, podem ter sofrido manipulação.

Larrea disse ainda que nada explica o fato de o governo colombiano não ter repassado até agora esses dados ao Equador.

"Sabemos, obviamente, que a documentação que está lá (nos computadores de Reyes) pode ter sido manipulada, pode, inclusive, não ser verdadeira", declarou Larrea à emissora de rádio pela internet Ecuador inmediato.

Por isso, afirmou o ministro, que o Equador pediu à Colômbia que lhe entregue uma cópia dos documentos que foram recuperados dos dois computadores de Reyes e que, segundo Bogotá, contêm informações que supostamente envolvem as autoridades equatorianas com as Farc.

"Lamentamos o fato de que não tenha ocorrido a entrega dessa documentação", acrescentou Larrea.

"Muita informação que apareceu lá (...) teve sua falsidade comprovada, como, por exemplo, a informação de que havia fotos minhas com Reyes, absolutamente falsas, entre outras coisas", declarou o ministro equatoriano.

Larrea disse que, faz algum tempo, quando se reuniu com Reyes, não participou de "uma sessão de fotos", mas de uma conversa para facilitar a libertação da ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt e de outras pessoas seqüestradas pela guerrilha.

Segundo Quito, a incursão militar colombiana ao acampamento das Farc instalado na floresta do Equador frustrou a libertação de Betancourt e de outros onze reféns.

Larrea lamentou o fato de a Colômbia manter uma suposta campanha midiática que tenta vincular o governo equatoriano com as Farc, o que, segundo disse, também impediu o restabelecimento das relações diplomáticas entre as duas nações.

"Não entendemos o que a Colômbia procura. Estamos dispostos a retomar as relações diplomáticas, mas só à medida que Colômbia deixar esta ofensiva midiática que leva adiante contra nosso país", destacou o ministro.

O ataque colombiano de 1º de março que matou Reyes, em território equatoriano, desencadeou uma grave crise entre os dois países e a Venezuela, que apoiou Quito.

Betancourt

O governo colombiano anunciou na noite desta quinta-feira (27) a intenção de trocar rebeldes das Farc por reféns da guerrilha. A medida foi anunciada pelo alto comissário para a Paz, Luis Carlos Restrepo, e está prevista em decreto assinado pelo ministro do Interior e da Justiça, Carlos Holguín Sardi.

Restrepo afirmou também que, se as Farc libertarem a política franco-colombiana Ingrid Betancourt, dará por iniciado o acordo humanitário para a troca de reféns por rebeldes presos. A afirmação do governo, que representa uma mudança da posição adotada até o momento, foi divulgada após as notícias de que o estado de saúde de Ingrid é muito grave.

"Basta simplesmente que a doutora Ingrid Betancourt seja libertada para considerarmos que o acordo humanitário está vigente e, neste sentido, conceder os benefícios da suspensão condicional da pena dos membros do grupo guerrilheiro", disse Restrepo, em Bogotá.

26.fev.2002/AP
Imagem de vídeo mostra a refém franco-colombiana Ingrid Betancourt durante entrevista para TV norte-americana em 2002
Imagem de vídeo mostra Ingrid Betancourt durante entrevista para TV norte-americana antes de ser seqüestrada em 2002

Segundo Restrepo, o interesse do governo colombiano, "em primeiro lugar, é a saúde de Ingrid Betancourt, mas cremos que este mecanismo permite que, também de maneira imediata, os outros seqüestrados que estão em difíceis condições de saúde e, em geral, a totalidade dos seqüestrados que as Farc mantêm em seu poder para realizar o acordo humanitário, podem se beneficiar com o mecanismo".

Em entrevista coletiva realizada na Casa de Nariño --sede presidencial-, Restrepo citou a base jurídica que permite que o governo de Álvaro Uribe inicie a troca dos reféns da guerrilha por rebeldes das Farc presos. Consultado sobre o número de rebeldes que se beneficiaria com a libertação, Restrepo explicou que não existe um limite numérico.

"Esperamos que, a partir deste momento, o clamor nacional e internacional pela libertação de Ingrid Betancourt possa levar a que, da maneira mais rápida possível, se concretize sua libertação, pois o governo está disposto a dar de maneira imediata os passos para que os membros do grupo guerrilheiro que a mantêm em seu poder recebam os benefícios jurídicos", explicou.

Com Efe

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página