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02/04/2008 - 22h26

Missão humanitária para socorrer Betancourt entra em ação

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da Folha Online

A missão humanitária liderada pela França para atender Ingrid Betancourt, refém das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) desde 2002 e que está em grave estado de saúde, começou nesta quarta-feira com o aval da Colômbia e a esperança de que o grupo permita que ela e outros seqüestrados recebam cuidados médicos.

Em uma breve nota, o Palácio do Eliseu informou que a missão está a cargo dos três países que ajudam na mediação de um acordo humanitário com as Farc --Espanha, França e Suíça-- e que começou com um contato "com as autoridades envolvidas".

30.nov.2007/AP
A refém franco-colombiana Ingrid Betancour, detida pela guerrilha Farc há seis anos
A refém franco-colombiana Ingrid Betancourt, detida pela guerrilha Farc há seis anos

A nota foi divulgada pouco depois de o alto comissário para a Paz da Colômbia, Luis Carlos Restrepo, anunciar o início da operação.

"Esperamos que o esforço feito pela França, apoiado pelo governo da Colômbia, tenha êxito", disse Restrepo, destacando que é fundamental "que as Farc abram as portas, para que a missão possa antecipar sua tarefa".

A missão humanitária foi definida na terça-feira pelos presidentes da França, Nicolas Sarkozy, e da Colômbia, Álvaro Uribe, em uma conversa telefônica na qual Uribe se comprometeu a suspender operações militares na região onde se espera oferecer ajuda médica a Betancourt.

De acordo com informações recentes, a ex-candidata presidencial colombiana, que também tem nacionalidade francesa, sofre de graves problemas de saúde. A situação seria tão grave que seu filho, Lorenzo Delloye, afirmou hoje que a vida de sua mãe é "questão de horas".

Risco de morte

"Na selva colombiana, uma mulher, minha mãe, caminha em direção à morte. Ela sofre hepatite B e leishmaniose, e precisa de uma transfusão de sangue nas próximas horas", afirmou o jovem em entrevista coletiva concedida em Paris.

O filho de Betancourt lançou um "último pedido" às Farc e a Uribe para que possibilitem a libertação de sua mãe, e exigiu que ambos "enfrentem suas responsabilidades".

No entanto, Astrid Betancourt, irmã da refém, disse duvidar que a ex-candidata presidencial esteja fazendo uma greve de fome, como disseram algumas fontes nos últimos dias.

Christophe Morin /Efe
O filho de Ingrid Betancourt, Lorenzo Delloye, durante entrevista coletiva em Paris
O filho de Ingrid Betancourt, Lorenzo Delloye, durante entrevista coletiva em Paris

Segundo Astrid, uma coisa é Ingrid ter rejeitado os alimentos por problemas de saúde, e outra é ter tomado a decisão voluntária de deixar de comer para "se deixar morrer".

"Uma coisa é certa: no vídeo de 24 de outubro (de 2007) divulgado em 30 de novembro, ficou comprovado que o estado de saúde da minha irmã não era bom. Na carta enviada à minha mãe, ela dizia que tinha problemas para se alimentar, o que não quer dizer que esteja fazendo uma greve de fome", declarou Astrid à rádio France Info.

O jornalista Carlos Lozano, dirigente do Partido Comunista Colombiano (PCC) e da publicação semanal "Voz", afirmou que, segundo "rumores", Betancourt "está ingerindo alimentos e está em melhores condições".

Tanto Paris quanto Bogotá mantiveram em segredo os detalhes da operação humanitária empreendida nesta quarta-feira, que começa incerta dado que, segundo fontes próximas ao caso que relataram à agência de notícias Efe, não houve resposta das Farc sobre se a guerrilha vai ou não receber a missão.

Missão

Foi obtida a informação de que estão no avião que saiu de uma base militar perto de Paris, entre outros, o cunhado de Betancourt, Daniel Parfait, diretor para as Américas no Ministério das Relações Exteriores francês, e o diplomata Noel Saez, que foi o emissário nos contatos anteriores com as Farc.

Segundo a emissora de televisão francesa LCI, os diplomatas teriam conseguido manter contatos com as Farc apesar da morte do número dois da guerrilha, Raúl Reyes, em uma incursão militar colombiana em território equatoriano no dia 1º de março.

Pelo lado colombiano, o comissário Restrepo disse que "profissionais de alto nível formam a equipe, muito qualificados para prestar qualquer tipo de atendimento" não só a Betancourt, mas também a outros reféns do grupo de 40 que as Farc pretendem trocar por 500 guerrilheiros presos.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) reafirmou sua disposição de ajudar no que for possível para solucionar o drama dos seqüestrados na Colômbia, mas esclareceu que a solicitação para que participe da operação humanitária deve partir das Farc.

"A solicitação deve vir das Farc porque são eles que têm as pessoas em suas mãos", disse a chefe da delegação do CICV na Colômbia, Barbara Hintermann.

Em Genebra, o CICV confirmou que mantém um "diálogo confidencial" com pessoas de diversos níveis da guerrilha para conseguir a libertação dos cativos.

A Cruz Vermelha acrescentou que, até o dia de hoje, não havia recebido "nenhum pedido das Farc para participar de uma possível libertação de Ingrid Betancourt".

Com Efe

 

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