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20/05/2002 - 13h37

Índia parece se preparar para guerra, dizem analistas

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da France Presse, em Nova Déli

A Índia adotou medidas com vistas a uma eventual guerra contra o Paquistão, disseram hoje analistas, enquanto a luta de artilharias entre ambos países continua na Caxemira e novos ataques da guerrilha separatista muçulmana são registrados.

Os indianos estão "se preparando para uma guerra", afirmou C. Raja Mohan, especialista de questões estratégicas do jornal "The Hindu" e influente analista na Índia.

Voltando ao anúncio feito ontem à noite por Nova Déli sobre uma mobilização militar reforçada e sobre mudanças na cadeia de líderes das forças indianas, Mohan acrescentou que "são um passo em direção à guerra".

Hoje foi divulgado que o ministro indiano da Defesa, George Fernandes, e os chefes do Exército de Terra e da Força Aérea, S. Padmanabhan e S. Krishnaswamy, partiram ao deserto de Rajastán (noroeste da Índia) para avaliar, durante dois dias, a situação na região fronteiriça com o Paquistão.

Por sua vez, em Islamabad, anunciou-se que o presidente paquistanês, o general Pervez Musharraf, convocou uma reunião do governo e do conselho nacional de segurança para a próxima quarta-feira (22).

A Índia está na retaguarda desde o mortal ataque perpetrado contra seu Parlamento em 13 de dezembro, atribuído a um comando islamista vindo do Paquistão.

O discurso que o general Musharraf pronunciou contra o extremismo religioso em janeiro e uma missão à região realizada alguns dias depois pelo secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, tranquilizaram a situação.

"Mas está claro agora que Musharraf não respeitou seu compromisso" no que concerne ao fim do "terrorismo entre fronteiras" na Caxemira, afirmou Mohan.

"Portanto a mobilização continua e eles [indianos] partirão para a guerra a menos que algo aconteça até então", declarou.



Índia e Paquistão parecem estar envolvidos em uma escalada de tensões desde que uma nova operação suicida, realizada por rebeldes separatistas muçulmanos em 14 de maio, deixou um saldo de 35 pessoas mortas, em sua maioria civis, perto de Jammu, capital de inverno dessa província sob controle indiano.

Nova Déli afirmou que os três autores do ataque eram todos oriundos do Paquistão.

Meios diplomáticos ocidentais constataram que a Índia mantinha aberta a opção militar e que os jornais não excluíam uma operação limitada, inclusive em território paquistanês. Mas estimaram que as autoridades de Nova Déli mantinham, até então, uma "política lógica".

O primeiro-ministro indiano, Atal Behari Vajpayee, divulgou que viajaria pessoalmente à parte indiana da Caxemira -amanhã à noite a Jammu e quarta-feira (22) a Srinagar.

Vajpayee preparou um projeto político que consistia em organizar eleições na Caxemira indiana no outono.

Segundo fontes diplomáticas, a postura firme indiana tem como objetivo exercer pressão sobre os Estados Unidos para que façam o Paquistão entrar em um acordo, que segundo as mesmas fontes continua levando adiante uma "guerra por procuração" na Caxemira usando rebeldes fundamentalistas.

Em Islamabad, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Ahmed Aziz Jan, rechaçou mais uma vez hoje as acusações indianas segundo as quais o Paquistão não faz nada para impedir os rebeldes de entrarem na Caxemira sob controle indiano, onde a população em sua maioria muçulmana.

Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão
 

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