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23/05/2002 - 13h26

Reino Unido adverte sobre risco de guerra nuclear entre Índia e Paquistão

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da Folha Online

O ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Jack Straw, disse hoje que a atual crise entre a Índia e o Paquistão pode acabar em uma guerra nuclear, se não diminuir a tensão na região da Caxemira.

"Ambas as partes têm armas nucleares e a capacidade de utilizá-las", declarou Straw à agência de notícias "BBC".

O chanceler britânico, que deve viajar na próxima semana à região, admitiu que sua missão pode não resolver a crise, por causa da mobilização de soldados na fronteira entre os dois países.

De acordo com Straw, sua experiência diz que a intervenção internacional pode ajudar a reduzir a tensão em situações de conflito, mas a solução para o problema só pode ser realizada pelas partes envolvidas.



O Paquistão pediu à ONU (Organização das Nações Unidas) a repatriação de suas tropas que se encontram atualmente em missão de paz em Serra Leoa, anunciou hoje um porta-voz militar. O Paquistão conta com uma brigada de capacetes azuis em Serra Leoa, segundo o general Rashid Qureshi, porta-voz militar do Paquistão.

Autoridades paquistanesas receberam hoje ordens para abandonar planos de viagem e se concentrar em preparações de emergência em caso de guerra com a Índia.

A agência de notícias estatal "APP" afirmou que todos os voluntários civis de defesa na cidade de Islamabad e áreas próximas foram chamados, enquanto bombeiros, exercícios de primeiros socorros e resgate estão sendo combinados.

Um comitê municipal tem instruções de garantir suprimento de comida e combustível para Islamabad, a sede do governo federal neste país muçulmano de 140 milhões de habitantes.

Ontem, a UE (União Européia) pediu à Índia que amenize suas ameaças na disputa pela Caxemira e ao Paquistão que cumpra sua promessa de combater os militantes muçulmanos.

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, pediu às duas nações -portadoras de armas nucleares- que "parem e reflitam" antes de iniciar um conflito.

Com exceção do Reino Unido -antiga potência colonial da região-, o resto da União Européia nunca teve um papel diplomático ou econômico importante no sul da Ásia. Apesar disso, os europeus determinaram que seu comissário de Política Externa, Chris Patten, visite Nova Déli para tentar intervir e evitar uma guerra.

A Índia e o Paquistão disputam o poder do território da Caxemira. Atualmente, dois terços do território estão sob domínio indiano e o restante sob controle do Paquistão e da China. Das três guerras travadas desde a independência (1947), duas delas foram por causa da Caxemira.

A situação entre Índia e Paquistão voltou a ficar tensa depois de um atentado ocorrido no dia 13 de dezembro, quando homens armados com rifles e granadas invadiram o Parlamento da Índia, em Nova Déli. O incidente deixou 14 mortos, entre eles os cinco terroristas. Nova Déli responsabilizou as guerrilhas islâmicas do Paquistão e preparou uma resistência militar na fronteira com o território paquistanês, pedindo a Islamabad que acabe com os militantes islâmicos.

No dia 14 de maio, supostos rebeldes muçulmanos contrários ao governo da Índia na Caxemira invadiram um campo militar e mataram mais de 30 pessoas, entre elas familiares de soldados. Desde então, houve frequentes combates na fronteira, e ontem o primeiro-ministro indiano, Atal Behari Vajpayee, disse aos seus soldados que "é hora da luta decisiva."

O governo militar do Paquistão também disse que não permitiria que a sua parte da Caxemira fosse usada para atividades terroristas.

A Índia, que controla 45% da Caxemira, a considera parte integral de seu território. O Paquistão, que controla um terço, defende que um plebiscito determine a vontade do povo caxemire. À China pertence o restante do território.

Com agências internacionais

Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão

 

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