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24/05/2002 - 09h50

Índia pode impor bloqueio naval e atacar acampamentos muçulmanos

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da France Presse, em Nova Déli (Índia)

Se a escalada de violência entre a Índia e o Paquistão desembocar em uma nova guerra, as forças indianas podem atuar em duas frentes simultâneas, impondo um bloqueio naval e atacando acampamentos separatistas na parte paquistanesa da Caxemira, segundo analistas e militares indianos.

Um confronto entre os dois rivais nucleares pode ser evitado, ainda a essa altura, apesar de as trocas de tiros entre as artilharias continuarem e das declarações do primeiro-ministro indiano, Atal Behari Vajpayee, que pediu a seus soldados que se preparem para ganhar "um combate decisivo".

Numa eventual guerra, a Índia deveria abrir duas frentes simultâneas, por mar e por terra. Segundo uma autoridade do Ministério da Defesa, a Índia usaria seus 138 navios da Marinha para impor um bloqueio ao Paquistão e cortar seu abastecimento de petróleo.

"Os navios indianos estão prontos e estão apoiados por submarinos", afirmou ontem essa autoridade, que pediu para não ser identificada, enquanto embarcações se dirigem da baía de Bengala, no leste da Índia, em direção à Arábia, no oeste, para o litoral do Paquistão.

Segundo C. Uday Bhaskar, diretor-adjunto do Instituto de Estudo e Análise de Defesa, um bloqueio naval seria lógico em caso de conflito armado. Outras análises ressaltam que ao privar as forças paquistanesas de combustível, ficaria complicado o deslocamento de leste a oeste da fronteira afegã à Caxemira, momento em que a Índia poderia aproveitar para atacar acampamentos suspeitos de combatentes separatistas muçulmanos, no Paquistão.

Bhaskar, oficial da Marinha, afirma que os acampamentos muçulmanos na parte paquistanesa da Caxemira são os principais alvos para Nova Déli, mas a amplitude dos eventuais ataques ainda é desconhecida.

"Podemos utilizar a artilharia, mísseis e aviões contra os acampamentos, mas nos veríamos imersos numa escalada que poderia desembocar uma guerra aberta", afirmou.

A proximidade geográfica de Islamabad, a capital paquistanesa, em relação à disputada região da Caxemira, parece de fato um fator dissuasivo, porque qualquer operação indiana na parte paquistanesa do território é suscetível de provocar resposta forte, segundo as fontes ocidentais.

Somente os Estados Unidos, que continuam suas operações militares na fronteira entre Afeganistão e Paquistão, podem evitar o confronto exercendo pressão sobre o Paquistão, que deu a entender que poderia utilizar armas nucleares para se defender, acrescentou Bhaskar.

A preferência de Nova Déli seriam as "intervenções cirúrgicas" das forças especiais contra acampamentos separatistas muçulmanos. Segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, de Londres, a Índia dispõe de 1,303 milhão de soldados e mais de 535 mil reservistas. O Paquistão tem cerca de 612 mil soldados e 513 mil reservistas.

A Índia teria também cerca de 60 ogivas nucleares, e o Paquistão, 25, segundo o jornal britânico "The Times", além de 1.200 aviões e helicópteros, um porta-aviões e 19 submarinos.

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