28/05/2002 - 09h39

Países usaram 11 de setembro para acentuar repressão, diz Anistia

da France Presse, em Londres

Os governos aproveitaram os atentados terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos, considerados "um crime contra a humanidade", para "acentuar a repressão, reprimir a proteção dos direitos humanos e calar os opositores políticos", afirmou hoje a associação de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional em seu informe anual.

"Sem dúvida, o mundo mudou de forma radical depois de 11 de setembro", diz a AI. "E, no entanto, certas coisas não mudaram: um desprezo pela vida e pela dignidade humanas, o mesmo para os direitos econômicos, culturais e sociais, e cada vez mais existem situações ameaçadoras no Oriente Médio, Afeganistão e Colômbia".

No informe, que trata dos acontecimentos transcorridos em 2001, a AI registra "execuções extrajudiciais em 47 países, execuções judiciais em 27 países, desaparecimentos em 35, casos de tortura e maus tratos em 111 países e presos políticos em pelo menos 56 países".

A AI destaca, no entanto, à margem de um longo inventário de fatos negativos, algumas "boas notícias em 2001".

Dessa forma, o informe saúda a "liberação de muitos presos políticos, a comutação de penas capitais e a melhoria da situação de muitas vítimas de abusos em termos de direitos humanos".

Leia mais:

 Tortura e impunidade persistem no Brasil, diz Anistia Internacional

 Anistia critica prisão de 1.200 suspeitos do atentado nos EUA

Leia mais sobre a guerra contra o terrorismo