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11/07/2008 - 08h52

Testes iranianos provam que escudo antimíssil é desnecessário, diz Rússia

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da Folha Online

A Rússia afirmou nesta sexta-feira que os testes com mísseis realizados pelo Irã mostram que não há justificativa militar para os planos dos Estados Unidos de colocar escudos antimísseis na Europa. Segundo o governo russo, os testes mostraram que Moscou tinha razão em qualificar o plano como "desnecessário".

"Os testes realizados pelo Irã só confirmam que o país conta atualmente com mísseis de 2.000 km de alcance", afirmou o ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, em Moscou, durante uma entrevista coletiva concedida junto com o ministro das Relações Exteriores jordaniano, Salah Bashir.

9.jul.2008/Fars News/Reuters
Míssil com alcance de 2.000 km poderia atingir Israel e bases dos EUA no país
Míssil com alcance de 2.000 km poderia atingir Israel e bases dos EUA no país

"Isso confirma o que dissemos antes: que a idéia de desdobrar um terceiro setor do escudo antimísseis americano na Europa não é necessária para monitorar e responder a mísseis com esse alcance", disse.

"Continuamos convencidos da natureza fictícia do debate sobre a ameaça dos mísseis iranianos como um motivo para o posicionamento de um escudo antimísseis na Europa", afirmou.

Lavrov disse ainda que, todos os que "de uma maneira ou outra estejam interessados em normalizar a situação, devem sentar-se para dialogar, e chegar a um acordo".

Evidentemente, segundo o ministro, cada país pode tomar medidas como a de querer posicionar parte da estrutura do escudo ou testar mísseis. "Mas são medidas individuais, quando o que se necessita são medidas coletivas, acordos coletivos", afirmou, acrescentando que a Rússia está disposta a uma ação coletiva.

Acordo

Nesta semana, o EUA assinaram um acordo com Praga para construir parte de sua estrutura de defesa antimísseis na República Tcheca, gerando uma resposta imediata da Rússia, que afirmou reagir militarmente se o escudo for construído.

Os ministros de Relações Exteriores dos EUA e da República Tcheca determinaram a construção de um radar a sudoeste de Praga como parte de um sistema de proteção contra um suposto ataque aéreo de países do "eixo do mal", como o Irã.

A Chancelaria russa disse que a assinatura do acordo "não aumenta a segurança da República Tcheca, nem da Europa em geral".

Arte Folha Online/Arte Folha Online
mapa israel ira com jordania

"Se em frente a nossas fronteiras começar o desdobramento real do sistema estratégico de defesa antimísseis dos Estados Unidos, seremos obrigados a reagir com métodos militares e técnicos, e não diplomáticos", afirmou o Ministério de Relações Exteriores russo em comunicado.

De acordo com a Rússia, "não resta dúvida" de que a aproximação de componentes do arsenal estratégico americano ao território do país "pode ser empregado para enfraquecer o potencial russo de dissuasão".

"Está claro que, nesta situação, a parte russa tomará medidas adequadas para compensar as ameaças potenciais à sua segurança nacional. Mas não somos nós que escolhemos isso", aponta o comunicado divulgado no site do ministério.

Testes iranianos

Nesta semana, por dois dias consecutivos, o Irã afirmou ter realizado testes com mísseis de médio e longo alcance, entre eles um com capacidade de atingir 2.000 km. A distância coloca Israel, Turquia, Afeganistão e Paquistão no alcance dos disparos.

Os testes acontecem em um momento de elevada tensão entre Irã e Israel --aliado dos EUA-- sobre o programa nuclear iraniano, que o Ocidente suspeita ter como objetivo a construção de bombas. O Irã diz que seu programa nuclear é para geração de energia.

Os testes iranianos provocaram uma ampla reação de vários países. A secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, afirmou que eles demonstravam que a ameaça do regime de Teerã "não é imaginária". Segundo Rice, os testes eram mais uma evidência de que o "mundo precisa de um sistema de defesa com um escudo antimísseis".

Com Efe e Reuters

Comentários dos leitores
J. R. (1256) 30/01/2010 08h52
J. R. (1256) 30/01/2010 08h52
Seria até possível forçar o Irã às inspeções caso Israel também se submeta a inspeções da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) em todas as suas instalações de Dimona e militares. Assim o mundo ficaria mais tranquilo ao saber que não estão escondendo armas de destruição em massa, do mesmo modo que o Irã. Obviamente a comissão da AIEA tem que ser formada por representantes de todas as partes, não apenas os escolhidos a dedo pelos U-S-A. A paz exige sacrifício e determinação. sem opinião
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eduardo de souza (628) 24/01/2010 19h07
eduardo de souza (628) 24/01/2010 19h07
Não acredito que por em risco sua própria gente será barreira para os "adoradores do caos". A Espanha acena que esta fora dos conflitos pesados, a China só vai obeservar, outros países também terão lucidez e cairão fora. Sobrará a batata quente para aqueles que a "fornaram", e terão que arcar com seus atos, pois o que enfrentarão já derrotou outros impérios no passado. O Irã não é qualquer um não. Quem viver verá. 3 opiniões
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J. R. (1256) 20/01/2010 07h29
J. R. (1256) 20/01/2010 07h29
O assassinato do físico nuclear iraniano Masud Ali Mohammadi, engajado ao movimento nacionalista iraniano, obviamente foi obra da Cia e Mossad, pelas caracteristicas, embora neguem até o fim como sempre fazem. Com esse ataque terrorista agora deverá ocorrer uma espécie de "caça às bruxas" na Universidade de Teerã, e talvez esse seja, além de
assassinar o professor, o objetivo final da ação, que é dividir internamente o Irã. Como os U-S-A divulgaram recentemente, o que está ocorrendo de fato agora é uma aceleração do programa nuclear do Irã. Pelo andar da carruagem os U-S-A sabem que já não podem mais promover uma guerra convencional contra o Irã, pois poriam em risco suas tropas.
Agora só resta uma saída: tentar minar e derrubar o atual governo iraniano através de ações de terrorismo e sabotagem, o que parece ser algo impossível e só serviria para massacrar ainda mais a oposição. O lider religioso Khamenei fala abertamente que "Todas as partes com tendências diferentes devem se distanciar claramente dos inimigos, em particular as elites influentes, que devem também se abster de fazer comentários ambíguos", o que não deixa de ser o início do combate à influência dos U-S-A sobre a classe média iraniana, e uma nova revolução está em curso para solidificar a atual.
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