07/06/2002 - 10h13

Militares dos EUA devem defazer planos em caso de guerra na Caxemira

da France Presse, em Bruxelas

Os militares norte-americanos receberam a ordem de elaborar planos para proteger as tropas norte-americanas no Paquistão em casso de guerra indo-paquistanesa, declarou hoje em Bruxelas o chefe de Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, Richard Myers.

"Pedimos ao chefe do comando central, general (Tommy) Franks e ao comandante para o Pacífico, almirante (Thomas) Fargo, que estudem as condições de proteção das forças e elaborem planos", declarou o general Myers durante uma entrevista à imprensa paralelamente a uma reunião de ministros de Defesa da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte)em Bruxelas.

Segundo Myers, a situação na fronteira entre Índia e Paquistão, onde estão agrupados 1 milhão de soldados dos dois países, continua sendo a mesma que a observada nas semanas anteriores.

Os dois países disputam o poder do território da Caxemira. Atualmente, dois terços do território estão sob domínio indiano (45%) e o restante sob controle do Paquistão e da China. Das três guerras travadas desde a independência (1947), duas delas foram por causa da Caxemira.

A situação entre Índia e Paquistão voltou a ficar tensa depois de um atentado ocorrido no dia 13 de dezembro, quando homens armados com rifles e granadas invadiram o Parlamento da Índia, em Nova Déli. O incidente deixou 14 mortos, entre eles os cinco terroristas. Nova Déli responsabilizou as guerrilhas islâmicas do Paquistão e preparou uma resistência militar na fronteira com o território paquistanês, pedindo a Islamabad que acabe com os militantes islâmicos.

No dia 14 de maio, supostos rebeldes muçulmanos contrários ao governo da Índia na Caxemira invadiram um campo militar e mataram mais de 30 pessoas, entre elas familiares de soldados.

O governo militar do Paquistão também disse que não permitiria que a sua parte da Caxemira fosse usada para atividades terroristas.

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