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10/07/2002
-
08h35
da Folha Online
da Folha de S.Paulo
O ex-presidente liberal Gonzalo Sánchez de Lozada venceu as eleições presidenciais na Bolívia com 22,46% dos votos, seguido pelo indígena socialista Evo Morales, com 20,94%, segundo o resultado final divulgado na noite de ontem pelo tribunal eleitoral.
O candidato populista Manfred Reyes Villa ficou na terceira posição, com 20,914% dos votos, seguido pelo ex-presidente social democrata Jaime Paz Zamora, com 16,315%.
Como nenhum candidato obteve maioria absoluta, o Congresso elegerá o próximo presidente no dia 4 de agosto, escolhendo entre Sánchez de Lozada e Morales.
No Congresso, Morales tem 8 senadores e 27 deputados. A bancada de Sánchez de Lozada conta com 11 senadores e 36 deputados. O Parlamento é composto por 27 senadores e 130 deputados.
Diante deste quadro, Paz Zamora terá uma posição fundamental na escolha do futuro presidente, com sua bancada de 5 senadores e 26 deputados.
Reyes Villa, que tem 2 senadores e 25 deputados, já anunciou que não apoiará qualquer candidato.
"É sem dúvida uma evolução na representatividade dos indígenas", afirmou o analista político Tito Zambra. "Na Bolívia, a mobilização dos indígenas já é impressionante, mas faltava representatividade política", concluiu.
O presidente da Bolívia, Jorge Quiroga, aplaudiu na segunda-feira (8) os resultados eleitorais alcançados pelos movimentos indígenas.
A inesperada e imprevista votação no MAS (Movimento ao Socialismo), partido de Morales, pode estar ligada a dois fatores, dizem os analistas: a desilusão crescente com os partidos tradicionais e o voto de protesto contra a excessiva ingerência dos EUA nos assuntos internos da Bolívia.
Três dias antes do pleito, o embaixador dos EUA no país, Manuel Rocha, disse que Washington fecharia seus mercados aos produtos bolivianos caso o líder cocaleiro fosse eleito presidente.
Morales é crítico dos programas de erradicação das plantações de coca e, por isso, foi acusado pelo diplomata americano de manter ligações com o narcotráfico.
"Há uma demonização sem sentido do líder cocaleiro", afirmou o brasileiro Wálter Maierovitch, que foi secretário nacional antidrogas do governo FHC.
"Ele é bem-visto pelas entidades internacionais de defesa dos direitos humanos, já que luta pelo desenvolvimento sustentável das populações indígenas que hoje são extremamente dependentes das plantações de coca," disse.
Deputado eleito em 1997, Morales teve seu mandato cassado menos de dois anos depois, acusado de incitar a violência nos conflitos das forças de segurança bolivianas com os cocaleiros.
Agora ele liderará uma bancada de oito senadores e quase 30 deputados. Ele, porém, se nega a fazer alianças com os partidos de direita. "Não podemos trair o voto do povo, que elegeu esta representação", disse.
Com agências internacionais
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Termina apuração de eleição presidencial na Bolívia
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da Folha de S.Paulo
O ex-presidente liberal Gonzalo Sánchez de Lozada venceu as eleições presidenciais na Bolívia com 22,46% dos votos, seguido pelo indígena socialista Evo Morales, com 20,94%, segundo o resultado final divulgado na noite de ontem pelo tribunal eleitoral.
O candidato populista Manfred Reyes Villa ficou na terceira posição, com 20,914% dos votos, seguido pelo ex-presidente social democrata Jaime Paz Zamora, com 16,315%.
Reuters |
O candidato à Presidência da Bolívia, Evo Morales |
No Congresso, Morales tem 8 senadores e 27 deputados. A bancada de Sánchez de Lozada conta com 11 senadores e 36 deputados. O Parlamento é composto por 27 senadores e 130 deputados.
Diante deste quadro, Paz Zamora terá uma posição fundamental na escolha do futuro presidente, com sua bancada de 5 senadores e 26 deputados.
Reyes Villa, que tem 2 senadores e 25 deputados, já anunciou que não apoiará qualquer candidato.
"É sem dúvida uma evolução na representatividade dos indígenas", afirmou o analista político Tito Zambra. "Na Bolívia, a mobilização dos indígenas já é impressionante, mas faltava representatividade política", concluiu.
O presidente da Bolívia, Jorge Quiroga, aplaudiu na segunda-feira (8) os resultados eleitorais alcançados pelos movimentos indígenas.
A inesperada e imprevista votação no MAS (Movimento ao Socialismo), partido de Morales, pode estar ligada a dois fatores, dizem os analistas: a desilusão crescente com os partidos tradicionais e o voto de protesto contra a excessiva ingerência dos EUA nos assuntos internos da Bolívia.
Três dias antes do pleito, o embaixador dos EUA no país, Manuel Rocha, disse que Washington fecharia seus mercados aos produtos bolivianos caso o líder cocaleiro fosse eleito presidente.
Morales é crítico dos programas de erradicação das plantações de coca e, por isso, foi acusado pelo diplomata americano de manter ligações com o narcotráfico.
"Há uma demonização sem sentido do líder cocaleiro", afirmou o brasileiro Wálter Maierovitch, que foi secretário nacional antidrogas do governo FHC.
"Ele é bem-visto pelas entidades internacionais de defesa dos direitos humanos, já que luta pelo desenvolvimento sustentável das populações indígenas que hoje são extremamente dependentes das plantações de coca," disse.
Deputado eleito em 1997, Morales teve seu mandato cassado menos de dois anos depois, acusado de incitar a violência nos conflitos das forças de segurança bolivianas com os cocaleiros.
Agora ele liderará uma bancada de oito senadores e quase 30 deputados. Ele, porém, se nega a fazer alianças com os partidos de direita. "Não podemos trair o voto do povo, que elegeu esta representação", disse.
Com agências internacionais
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