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Parentes das vítimas questionam Spanair; identificação atrasa
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da Efe, em Madri
Os familiares das vítimas do acidente aéreo da última quarta-feira no aeroporto de Barajas, em Madri, voltaram neste domingo a exigir explicações à companhia aérea Spanair sobre as razões que levaram a empresa a autorizar a decolagem da aeronave, apesar de terem detectado falhas nos equipamentos de vôo horas antes.
As famílias das vítimas e representantes da Spanair participaram de uma reunião na qual, segundo disseram fontes presentes ao encontro, parentes quiseram saber por que o avião tentou decolar apesar dos erros detectados anteriormente.
Representando a Spanair na reunião estava o vice-diretor da companhia, Javier Mendoza. Segundo ele, o comandante do avião, falecido no acidente, detectou um mau funcionamento do aquecedor da sonda que mede a temperatura tanto em terra como em vôo, um instrumento que deve ser desativado automaticamente em terra.
Como o mecanismo automático falhou e a sonda seguia ativada, o piloto optou por retornar às oficinas de manutenção. Esta sonda alimenta o computador que controla alguns parâmetros do motor, admitiu Mendoza, que, no entanto, expressou dúvidas sobre se o problema pode estar relacionado com o acidente.
Durante 33 minutos, a aeronave foi revisada por um mecânico com experiência de mais de 20 anos, que optou, como prevêem os procedimentos habituais, pelo desligamento do aquecedor.
"Uma só causa nunca provoca um acidente aéreo. É sempre uma série de causas", acrescentou Mendoza, que defendeu ainda o alto índice de segurança de sua companhia e do modelo de avião acidentado, um McDonnell Douglas de 15 anos.
O modelo, disse, tem um índice de 0,26 acidente por cada milhão de horas de vôo, um dos mais baixos da aviação comercial.
O vice-diretor da Spanair também garantiu que a companhia está em condições de lidar com o pagamento de indenizações pelo acidente e que tratará de fazer chegar o mais rápido possível às famílias os celulares e utensílios pessoais resgatados no local da catástrofe.
Identificação das vítimas
Em nome dos familiares das vítimas, Ismael Rodríguez, amigo de um dos falecidos no acidente, disse que o que os parentes querem é que existam "prazos reais" no tempo de espera de identificação dos corpos, pois a demora na comprovação do DNA está provocando tensões.
Rodríguez lembrou que após a tragédia foi assegurado oficialmente que em um prazo de até 48 horas depois do acidente já teriam sido realizadas todas as identificações.
Lamentou ainda que até agora o número de identificações chegue a apenas 60, quatro dias depois da tragédia. "Vai demorar mais do que esperávamos", reconheceram fontes da Defesa Civil espanhola.
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