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Geórgia tenta provar que Rússia iniciou guerra
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da Folha de S.Paulo
A Geórgia forneceu aos Estados Unidos, à União Européia e ao "New York Times" escutas telefônicas que, segundo ela, comprovariam que no dia 7 de agosto tropas russas teriam invadido a Ossétia do Sul, sendo por isso responsáveis pelo início do conflito de seis dias naquela região do Cáucaso.
A versão do governo americano é de que Moscou invadiu a Geórgia e procurou unilateralmente comprometer sua integridade territorial, ao se apoderar de partes do seu território e reconhecer a independência das regiões separatistas da Ossétia do Sul e da Abkházia.
Relatos convergentes da mídia afirmavam, no entanto, que o presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, aproveitou o fato de as atenções estarem voltadas para a abertura dos Jogos Olímpicos para cumprir a promessa de "reunificar" seu país, invadindo a Ossétia do Sul -que lhe pertence oficialmente, mas que acordos internacionais colocaram em 1992 sob a proteção do Kremlin.
Segundo o jornal americano, a Geórgia demorou para divulgar as gravações porque elas se perderam durante o conflito, sendo recuperadas há alguns dias. Elas teriam sido obtidas pelos serviços georgianos de inteligência e dariam a entender que blindados russos estavam penetrando na Ossétia do Sul por um túnel que separa aquele território da Ossétia do Norte --que faz parte da Rússia.
Com sua versão dos fatos, a Geórgia, diz o "New York Times", procura provar que estava sendo invadida e que entrou em guerra de modo defensivo.
O jornal submeteu a tradução das gravações a agentes da inteligência americana, que disseram que elas parecem verdadeiras, mas que apenas uma versão integral possibilitaria apontar responsabilidades. As provas georgianas seriam, por enquanto, "inconclusivas". A conversa interceptada de um celular dá conta da chegada à Ossétia do Sul, já na tarde do dia 7, de blindados do primeiro batalhão do 135º Regimento de Blindados da Rússia.
Trata-se do mesmo contingente que integrava as chamadas "força de paz" russas em território sul-ossetianos. Pelos acordos de 1992, 500 militares russos e número idêntico de georgianos poderiam estacionar na Ossétia do Sul.
Segundo os russos, veículos militares atravessavam regularmente o túnel para o abastecimento de víveres ou para a substituição de soldados.
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