Espanha critica vazamentos em inquérito sobre acidente em Madri; veja vídeo

Em entrevista a jornalistas, a vice-presidente de governo espanhola, María Teresa Fernández de la Vega, criticou nesta sexta-feira o vazamento do vídeo da queda do avião da Spanair que matou 154 pessoas, no último dia 20 de agosto, no aeroporto de Barajas, em Madri. Imagens feitas pelo circuito de vigilância do terminal foram divulgadas ontem (18) pelo jornal "El País".

De acordo com Vega, o vazamento de peças que estão em posse da Justiça, sob sigilo, é uma "prática absolutamente equivocada". Ela afirmou ainda que o governo espanhol está empenhado em descobrir "a origem dos vazamentos" e "toda a verdade" sobre o acidente. "Vamos colaborar com o juiz até o final."

No vídeo, é possível ver que o avião deixa o solo e, na seqüência, perde altitude e cai ao lado da pista, deixando um rastro de fogo no chão. Rapidamente, uma imensa nuvem de fumaça preta se forma.

Os pilotos não chegaram a informar nenhum problema à torre, informaram dez controladores de tráfego aéreo em depoimento à Guarda Civil. Por isso, o "El País" divulga também o áudio do momento em que uma funcionária da torre de controle informa as equipes de controle do aeroporto sobre a ocorrência de um acidente. "Vimos fogo e fumaça", diz. Conforme o jornal, essa mensagem ativou o plano de resgate.

Hipóteses

Dados preliminares da investigação sigilosa revelam haver suspeita de que o acidente tenha sido provocado por um problema elétrico. Conforme reportagem publicada pelo "Wall Street Journal" há duas semanas, há indícios de que o avião caiu porque um problema elétrico impediu a emissão de um sinal sonoro que iria lembrar os pilotos da necessidade de acionar os chamados flaps, painéis móveis presos às asas do avião que o ajudam a levantar vôo.

No dia do acidente, o Sindicato Espanhol de Pilotos de Linhas Aéreas (Sepla) informou que a tripulação do jato "estava perfeitamente qualificada e tinha grande experiência no manejo do modelo acidentado".