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Premiê de Israel renuncia; chanceler é favorita para sucessão
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da Folha Online
O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, acusado de envolvimento em casos de corrupção, entregou neste domingo sua carta de renúncia ao presidente Shimon Peres, abrindo caminho para que a ministra das Relações Exteriores, Tzipi Livni, assuma o governo de Israel.
Olmert, que se manterá no posto até a nomeação de seu sucessor, chegou discretamente à noite ao prédio da Presidência, em Jerusalém, segundo constatou um fotógrafo da France Presse.
Pouco depois, o presidente israelense, Shimon Peres, anunciou à imprensa a saída de Olmert, que elogiou por sua "ação em favor do povo e do Estado de Israel". "O primeiro-ministro me apresentou sua renúncia. Não foi uma decisão fácil e sei que para ele foi uma noite difícil", disse Peres depois de se reunir durante meia hora com Olmert.
Peres destacou que consultará "todos os grupos parlamentares para tomar uma decisão o mais cedo possível" sobre a sucessão.
O presidente destacou que as consultas serão concluídas antes de sua viagem a Nova York, onde representará Israel na 63ª sessão da Assembléia Geral das Nações Unidas, que inicia seus debates públicos nesta terça-feira (23).
Legalmente, o presidente dispõe de sete dias para realizar consultas entre os diversos partidos com representação no Parlamento (Knesset). No final das consultas, Peres deve designar Tzipi Livni, que já sucedeu Olmert na liderança do principal partido israelense, o Kadima, após as primárias realizadas na quarta-feira passada.
Livni é favorita
Peres deverá consultar os representantes do Kadima, que propuseram o nome de Livni para o cargo de premiê. Em seguida, ouvirá o Partido Trabalhista --profundamente dividido e que até o momento rejeita o nome de Livni--, os conservadores do Likud --que defendem a convocação de eleições-- e o Shass, o partido ultraortodoxo.
Como chefe do partido no poder, Livni tem todas as possibilidades de ser a nova premiê de Israel. Se for escolhida, Livni terá 42 dias para apresentar um governo, do contrário, serão convocadas eleições antecipadas em 90 dias.
A princípio, Livni pretende manter a atual coalizão governamental, que soma 64 das 120 cadeiras do Parlamento israelense: 29 do Kadima, 19 trabalhistas, 12 do partido ultra-ortodoxo sefardita Shas e quatro do Partido dos Aposentados
Os planos de Livni podem ser bloqueados por uma possível aliança de dois ex-chefes de governo, Ehud Barak (trabalhista), atual ministro da Defesa, e Benjamin Netanyahu (Likud), que se encontraram na noite de sábado em Tel Aviv.
Os dois defendem um "governo de emergência", informou o ministério da Defesa, em referência a um gabinete que reuniria trabalhistas, Likud e Kadima.
Olmert, 62, que subiu ao poder depois do ex-premiê Ariel Sharon sofrer um derrame em 2006, se viu obrigado a apresentar sua renúncia após perder apoio de sua coalizão devido a uma investigação por corrupção.
Com agências internacionais
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