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16/09/2002
-
11h25
Editora de Mundo da Folha Online, em Munique
Vermelho e verde contra preto e amarelo. Por mais que essa "briga" de cores não pareça à primeira vista ter nenhuma relação com a política, é isso exatamente o que está acontecendo entre os partidos alemães. O vermelho SPD (Partido Social Democrata), do atual chanceler alemão, Gerhard Schröder, e o verde de Joschka Fischer, ministro das Relações Exteriores, se uniram ontem em uma aparição sem precedentes na história política do país.
Pela primeira vez, o SPD e os Verdes realizaram um ato político conjunto na Alemanha em frente ao Portão de Brandenburgo, em Berlim (capital), uma das antigas marcas da separação entre as duas Alemanhas. A aparição dos dois candidatos, embora ainda não signifique uma coalizão oficial, visa ajudar o SPD a chegar na frente na corrida da eleição, que acontece no domingo, 22.
Mas o preto da CDU (União Democrata Cristã), do candidato a chanceler conservador e governador do Estado da Baviera, Edmund Stoiber, e o amarelo de Guido Westerwelle, candidato do FDP (liberais), também deram sinais de proximidade. Com um encontro entre os dois candidatos ontem, a CDU tenta mostrar a possibilidade de "unir" forças entre o pretos e os amarelos para tentar impulsionar a vitória da coalizão CDU/CSU (União Social Democrática), que apóia a candidatura de Stoiber.
Schröder tem mostrado abertamente sua disposição para fazer uma coalizão com os Verdes -elogiando frequentemente em seus comícios o trabalho de Fischer e afirmando que não gostaria que o Ministério das Relações Exteriores caísse em outras mãos.
Ontem, durante o comício, Fischer também demonstrou apoio ao SPD. "Não se trata apenas de votar para uma política concreta, mas também de eleger pessoas. Schröder e eu estamos na eleição", disse o ministro das Relações Exteriores.
Outro ponto importante é a situação do Partido do Socialismo Democrático (PDS), herdeiro dos comunistas que governavam a Alemanha Oriental, na região leste de Berlim. A região, que abriga apenas 20% dos eleitores alemães, registra o maior número de indecisos em intenção de voto.
Tanto o SPD como a CDU (União Democrata Cristã), partido do candidato conservador Edmund Stoiber -que deve anunciar hoje políticas para limitar a imigração e melhorar a integração de estrangeiros à sociedade alemã-, disputa cada voto dos eleitores do partido dos ex-comunistas, pois a vantagem na região pode definir quem será o próximo chanceler da Alemanha.
Até o momento, as pesquisas apontam que o PDS não alcança a quantidade mínima dos 5% dos votos para conseguir chegar ao Parlamento, embora seja o terceiro partido mais votado nos Estados da ex-Alemanha Oriental, junto com a CDU (União Democrática Cristã) e o SPD.
Na sexta-feira (13), durante um comício do SPD na cidade de Aachen, no qual a Folha Online esteve presente, Schröder reforçou sua posição de apoio aos EUA na guerra contra o terrorismo, afirmando que os dois países são amigos, mas voltou a dizer que a Alemanha não participará de uma possível ação militar contra o Iraque. "Qual é o sentido da amizade? Um diz o que quer e o outro simplesmente cede? Uma amizade também pode ter diferenças de opinião que devem ser ditas de maneira aberta", afirmou Schröder.
Quando Schröder ofereceu apoio "ilimitado" aos EUA depois dos atentados de 11 de setembro, aos parlamentares alemães criticaram a posição do chanceler dizendo que "ilimitado" era um termo "muito forte", o que fez com que Schröder tivesse de explicar-se ao Congresso.
O chefe de governo alemão não é eleito diretamente pelo povo, mas pelos 598 deputados que compõem o Parlamento. Por isso é importante que os candidatos a chanceler da Alemanha consigam eleger o maior número de deputados dos partidos que apóiam ou que farão algum tipo de coalizão com o partido ao qual pertencem.
A jornalista Ligia Braslauskas viaja a convite do governo da Alemanha
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Schröder e Fischer aparecem juntos em comício pela primeira vez
Enchente e medo da guerra levantam Schröder em eleição alemã
Partidos alemães apostam em futuras coalizões em busca da vitória
LIGIA BRASLAUSKASEditora de Mundo da Folha Online, em Munique
Vermelho e verde contra preto e amarelo. Por mais que essa "briga" de cores não pareça à primeira vista ter nenhuma relação com a política, é isso exatamente o que está acontecendo entre os partidos alemães. O vermelho SPD (Partido Social Democrata), do atual chanceler alemão, Gerhard Schröder, e o verde de Joschka Fischer, ministro das Relações Exteriores, se uniram ontem em uma aparição sem precedentes na história política do país.
Pela primeira vez, o SPD e os Verdes realizaram um ato político conjunto na Alemanha em frente ao Portão de Brandenburgo, em Berlim (capital), uma das antigas marcas da separação entre as duas Alemanhas. A aparição dos dois candidatos, embora ainda não signifique uma coalizão oficial, visa ajudar o SPD a chegar na frente na corrida da eleição, que acontece no domingo, 22.
Mas o preto da CDU (União Democrata Cristã), do candidato a chanceler conservador e governador do Estado da Baviera, Edmund Stoiber, e o amarelo de Guido Westerwelle, candidato do FDP (liberais), também deram sinais de proximidade. Com um encontro entre os dois candidatos ontem, a CDU tenta mostrar a possibilidade de "unir" forças entre o pretos e os amarelos para tentar impulsionar a vitória da coalizão CDU/CSU (União Social Democrática), que apóia a candidatura de Stoiber.
Schröder tem mostrado abertamente sua disposição para fazer uma coalizão com os Verdes -elogiando frequentemente em seus comícios o trabalho de Fischer e afirmando que não gostaria que o Ministério das Relações Exteriores caísse em outras mãos.
Ontem, durante o comício, Fischer também demonstrou apoio ao SPD. "Não se trata apenas de votar para uma política concreta, mas também de eleger pessoas. Schröder e eu estamos na eleição", disse o ministro das Relações Exteriores.
Outro ponto importante é a situação do Partido do Socialismo Democrático (PDS), herdeiro dos comunistas que governavam a Alemanha Oriental, na região leste de Berlim. A região, que abriga apenas 20% dos eleitores alemães, registra o maior número de indecisos em intenção de voto.
Tanto o SPD como a CDU (União Democrata Cristã), partido do candidato conservador Edmund Stoiber -que deve anunciar hoje políticas para limitar a imigração e melhorar a integração de estrangeiros à sociedade alemã-, disputa cada voto dos eleitores do partido dos ex-comunistas, pois a vantagem na região pode definir quem será o próximo chanceler da Alemanha.
Até o momento, as pesquisas apontam que o PDS não alcança a quantidade mínima dos 5% dos votos para conseguir chegar ao Parlamento, embora seja o terceiro partido mais votado nos Estados da ex-Alemanha Oriental, junto com a CDU (União Democrática Cristã) e o SPD.
Na sexta-feira (13), durante um comício do SPD na cidade de Aachen, no qual a Folha Online esteve presente, Schröder reforçou sua posição de apoio aos EUA na guerra contra o terrorismo, afirmando que os dois países são amigos, mas voltou a dizer que a Alemanha não participará de uma possível ação militar contra o Iraque. "Qual é o sentido da amizade? Um diz o que quer e o outro simplesmente cede? Uma amizade também pode ter diferenças de opinião que devem ser ditas de maneira aberta", afirmou Schröder.
Quando Schröder ofereceu apoio "ilimitado" aos EUA depois dos atentados de 11 de setembro, aos parlamentares alemães criticaram a posição do chanceler dizendo que "ilimitado" era um termo "muito forte", o que fez com que Schröder tivesse de explicar-se ao Congresso.
O chefe de governo alemão não é eleito diretamente pelo povo, mas pelos 598 deputados que compõem o Parlamento. Por isso é importante que os candidatos a chanceler da Alemanha consigam eleger o maior número de deputados dos partidos que apóiam ou que farão algum tipo de coalizão com o partido ao qual pertencem.
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