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09/10/2008 - 15h29

Após explosões, Exército paquistanês mata ao menos 20 supostos insurgentes

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colaboração para a Folha Online

Depois das explosões que causaram a morte de dez pessoas na manhã desta quinta-feira, o Exército paquistanês realizou uma ofensiva aérea de retaliação contra supostos insurgentes que deixou ao menos 20 mortos no vale de Swat.

Os incidentes confirmam a intensificação dos conflitos entre o governo e os grupos militantes, no mesmo dia em que legisladores se reúnem para discutir as ameaças terroristas pelo país.

Segundo Athar Abbas, porta-voz das Forças Armadas do Paquistão, "helicópteros armados bombardearam esconderijos dos fundamentalistas na zona de Puchar", dentro da Província da Fronteira do Noroeste (NWFP, na sigla em inglês), uma das mais afetadas pela violência.

Emilio Morenatti/AP
Funcionários de serviços de emergência trabalham no local da explosão em Islamabad
Funcionários de serviços de emergência trabalham no local da explosão em Islamabad

"Nos últimos dias, tínhamos reduzido a operação mas recebemos relatórios dos serviços secretos, portanto decidimos atuar. Cerca de 20 militantes morreram, mas a ofensiva deve continuar, já que ainda ficam muitos refúgios de elementos violentos", afirmou o porta-voz.

Nesta manhã, explosões mataram dez pessoas e feriram ao menos quatro, incluindo um ataque contra um complexo policial na capital, Islamabad.

Um oficial das Forças Armadas citado pela agência Reuters disse que os ataques aéreos foram contra um esconderijo e um campo de treinamento usados por combatentes leais ao comandante militante Mullah Fazlullah, que, no final do ano passado, despontou como chefe de uma revolta surgida no noroeste do vale de Swat.

Já fontes oficiais locais e moradores, citados pelo canal de televisão Dawn, disseram que ao menos 29 pessoas perderam a vida na ofensiva, entre as quais cinco membros de uma mesma família. Abbas afirmou não saber que a operação matou civis.

Campanha

A ofensiva militar veio após declarações do presidente recém-eleito do país, Asif Ali Zardari, viúvo da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, morta em um atentado, de que o governo não estava assustado com os militantes e que está determinado a livrar a sociedade do terrorismo.

Anjum Naveed-09set.08/AP
Asif Ali Zardari fala com a imprensa como presidente do Paquistão pela primeira vez
Presidente Asif Ali Zardari diz não temer atentados suicidas de insurgentes

"Não temos medo dos terroristas. O governo, o povo e eu mesmo estamos determinados a extirpar esse câncer da sociedade", disse. "Nações do mundo todo sempre enfrentam crise, mas as nações fortes enfrentam essas crises com coragem e ousadia."

Nesta quinta-feira, as principais autoridades das forças de segurança locais se reúnem no segundo dia de uma sessão conjunta do Parlamento realizada a portas fechadas para discutir a violência terrorista no país.

Há temores de que novos atentados ocorram como resposta a ofensiva do Exército.

No final de julho, as forças de segurança paquistanesas lançaram uma operação militar em Swat em resposta a uma série de ataques de grupos fundamentalistas, que incendiaram mais de 100 escolas femininas e repartições governamentais, além de lojas e barbearias.

Desde então, mais de 400 supostos fundamentalistas e cerca de 50 membros das forças de segurança morreram nesta região, segundo fontes militares.

A NWFP, e sua conflituosa região tribal, na fronteira com o Afeganistão, são há anos palco de constantes episódios de violência.

As autoridades paquistanesas reconheceram que grupos radicais islâmicos talibãs tomaram o controle de várias áreas do noroeste do país e alertaram sobre a presença de insurgentes estrangeiros.

Explosões

As explosões ocorreram no noroeste do país, uma região volátil e onde os militantes da rede terrorista Al Qaeda e do Taleban estabeleceram suas bases, perto da fronteira com o Afeganistão. De acordo com as agências, dez pessoas morreram com a explosão de uma bomba.

Emilio Morenatti/AP
Explosões mataram dez pessoas e feriram outras quatro no Paquistão nesta quinta-feira
Explosões mataram dez pessoas e feriram outras quatro no Paquistão nesta quinta-feira

De acordo com um oficial do governo local Sher Bahadur Khan, a bomba explodiu embaixo de um veículo que transportava presos na região de Dir. "O caminhão levava de volta à prisão detentos que vinham do tribunal, quando a bomba ativada à distância explodiu", disse outra autoridade local, Sahibzada Tariqulá.

Algumas agências informam que a explosão teriam atingido um ônibus escolar. Outras fontes disseram, no entanto, que as crianças estavam passando pelo local no momento da explosão.

Em Islamabad, um aparente ataque suicida danificou um prédio da brigada antiterrorista nacional, ferindo ao menos quatro policiais.

O chefe da polícia paquistanesa, Asghar Raza Gardazi, citado pela agência Reuters, disse que o agressor entrou no prédio carregando dois cestos de doce e deu um deles a um policial. "No momento em que ele entregou o cesto ao policial, ocorreu a explosão. Ninguém morreu, graças a Deus."

O atentado ocorreu em uma zona de segurança reforçada. Islamabad, no entanto, encontra-se em alerta máximo desde a explosão do caminhão-bomba que matou 55 pessoas e destruiu o hotel Marriott no dia 20 de setembro.

Com agências internacionais

 

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