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08/10/2002 - 08h15

Paquistão volta a fazer testes com lançamento de mísseis

da Folha Online

O Paquistão realizou hoje com sucesso o teste de um segundo míssil de médio alcance, anunciou uma fonte oficial citada pela agência "APP". O teste deste míssil do tipo Hatf-IV (Shaheen-1), capaz de levar uma carga nuclear a 800 quilômetros, foi anunciada aos países vizinhos.

Na sexta-feira (4), o Paquistão realizou, também com sucesso, em um lugar do país não divulgado, um teste com um míssil de alcance médio do tipo Hatf-IV (Shaheen), fabricado na região.

Uma notificação deste teste foi enviado antes aos países vizinhos e aos amigos, declarou um porta-voz do Ministério da Defesa. Este míssil balístico, terra-terra, tem capacidade de transportar uma carga nuclear.

Segundo um analista, que também é ex-general do Exército paquistanês, o teste é uma mensagem de que o Paquistão seria capaz de defender-se em uma época de crescente tensão, provocada, entre outros fatores, pela instável eleição na Caxemira indiana.

Por outro lado, a Índia, que considera as eleições legislativas no Estado um teste para a promessa do Paquistão de investir contra os separatistas vindos do território paquistanês através da fronteira entre os dois países, menosprezou o lançamento dos mísseis.

Hoje, a Índia ironizou o novo teste de um míssil balístico realizado hoje pelo Paquistão, afirmando se tratar de um 'exercício eleitoral', correspondendo à política interna do general Pervez Musharraf. Este teste, o segundo em menos de cinco dias, acontece pouco antes das eleições previstas para quinta-feira (10) no Paquistão, disse uma autoridade do alto escalão de Nova Déli. Estes testes 'têm como objetivo afetar a opinião do Paquistão e estão ligadas à política interna (paquistanesa) do que a qualquer outra coisa', disse.


Os dois países, que possuem armas nucleares, estacionaram cerca de 1 milhão de soldados ao longo de sua fronteira conjunta depois de um ataque, em dezembro passado, contra o Parlamento indiano.

A Índia responsabilizou pela agressão grupos separatistas da Caxemira cujas bases ficam em território paquistanês.

Em maio, o Paquistão realizou um lançamento de míssil balístico Abdali, de curto alcance. Além disso, o país realizou testes de disparos de dois mísseis que podem conter carga nuclear, apesar da forte condenação internacional. Os testes vêm sendo realizados num contexto de tensão crescente com a Índia.

A situação entre Índia e Paquistão voltou a ficar tensa depois de um atentado ocorrido no dia 13 de dezembro, quando homens armados com rifles e granadas invadiram o Parlamento da Índia, em Nova Déli. O incidente deixou 14 mortos, entre eles os cinco terroristas. Nova Déli responsabilizou as guerrilhas islâmicas do Paquistão e preparou uma resistência militar na fronteira com o território paquistanês, pedindo a Islamabad que acabe com os militantes islâmicos.

A Índia, que controla 45% da Caxemira, a considera parte integral de seu território. O Paquistão, que controla um terço, defende que um plebiscito determine a vontade do povo caxemire. À China pertence o restante do território.

Com agências internacionais

Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão
 

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