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02/11/2008 - 12h49

Em Fallujah, Obama e McCain são dois lados da mesma moeda

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da France Presse, em Fallujah

Em Fallujah, arrasada por dois ataques do Exército americano contra a rebelião em 2004, os habitantes têm ainda muito ódio dos americanos e, para eles, os candidatos à Casa Branca, republicano John McCain e democrata Barack Obama, são os dois lados de uma mesma moeda.

Quase cinco anos depois da invasão, esta cidade sunita localizada a cerca de 50 quilômetros a oeste de Bagdá retomou suas atividades, com os gritos tradicionais dos vendedores e das mulheres com véus negros que pechincham mercadorias.

Mas o sentimento da população permanece intacto: todos detestam as Forças Armadas e ninguém mostra interesse pelo resultado das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

"As forças americanas devem deixar rapidamente o Iraque, caso contrário serão expulsas", afirma Sami al Awad, um médico que tem um próspero consultório no centro da cidade.

Para os 800 mil habitantes de Fallujah, os anos obscuros posteriores à queda do regime de Saddam Hussein estão gravados na memória e a desconfiança é absoluta com relação aos candidatos à Casa Branca.

"O que pode mudar se for Obama ou McCain? As forças americanas mataram minha mãe no meio da noite e tivemos de fugir de seu ataque em 2004", diz Diyaudin Abdalá, vendedor de material eletrônico.

"A política americana já está decidida. Obama não poderá mudar nada", acrescenta.

A loja dele, que fica na rua Abbas, principal artéria da cidade, conserva as seqüelas dos combates entre os rebeldes sunitas e as forças americanas de 2004. O estabelecimento foi atingido por inúmeras balas e o teto foi completamente destruído. Quase todos os imóveis da zona têm o mesmo aspecto.

As paredes estão cheias de buracos e os tetos foram arrancados. Alguns edifícios foram arrasados completamente e ainda há escombros no chão. Apesar de a prefeitura tentar dar um aspecto apresentável à cidade, as ruas estão esburacadas. A rua Abbas está asfaltada pela metade. Na entrada da cidade, foi inaugurado um novo hospital, perto de um novo jardim público. Mas isso não satisfaz os moradores locais.

"Precisamos de eletricidade, água, hospitais e trabalho para nossos jovens. Sinceramente não acredito que o governo iraquiano, siga ele a ordem do Irã, de Obama ou de McCain, possa nos dar tudo isso", afirma Abu Mustafá, 59, enquanto aguarda na fila para agendar o conserto de sua linha telefônica.

A alguns passos dali, em frente ao que resta de um edifício, jovens desempregados e jornaleiros esperam um suposto empresário que lhes prometeu emprego.

O sentimento antiamericano está vivo também entre as autoridades de Fallujah. "Quero que eles vão embora o quanto antes possível", afirma o prefeito, Saad Awad Rachid, um homem respeitado que tenta amenizar os problemas da vida diária dos vizinhos.

"Os habitantes odeiam os americanos, principalmente quando vêem deter alguém, inclusive as mulheres. Eu os quero fora daqui e pouco me importa quem ganhará as eleições. Isso não nos interessa", declara.

Os sunitas de Fallujah, que precisam de um documento de identidade magnético para entrar e sair da cidade, condenam o projeto de acordo de segurança, denominado SOFA, que está sendo negociado pelo primeiro-ministro iraquiano, Nuri al Maliki, e pelos Estados Unidos, que prevê uma retirada definitiva das tropas americanas de 2011.

"Não precisamos que os americanos fiquem aqui mais três anos. Não precisamos do SOFA. As forças iraquianas estão preparadas para garantir a segurança", diz Diyaudin Abdalá.

O doutor Awad pensa o mesmo. "Não tenho confiança nem em Obama nem em Mccain. Embora Obama tenha prometido uma retirada, são só promessas. Os americanos só causam destruição e o melhor para nós é que eles saiam daqui".

Comentários dos leitores
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
As "autoridades" de imigração dos eua encobriram maus-tratos a estrangeiros e falta de atendimento médico nos casos de detidos mortos na prisão nos últimos anos, denunciou o jornal "The New York Times". A informação é parte do conteúdo de documentos internos e confidenciais obtidos pela publicação e a ONG União Americana de Liberdades Civis. Ambos se acolheram a uma lei de transparência que obriga à divulgação deste tipo de informação pelo governo. Os documentos mencionam os casos de 107 estrangeiros que morreram nos centros de detenção para imigrantes desde outubro de 2003. "Certos funcionários, alguns deles ainda em postos-chave, usaram seu cargo para ocultar provas de maus-tratos, desviar a atenção da imprensa e preparar declarações públicas com desculpas, após ter obtido dados que apontavam os abusos". É mais uma da "democracia" estadounidense que vive apontando o dedo para os outros. Quanto tempo e quantas patifarias ainda faltam para que alguns reconheçam que "liberdade e democracia" são MITOS nos eua. Ali acontece todo o tipo de manipulação, tortura, conchavo, tráfico, suborno, violência, abuso, enfim, toda a sorte de patifarias. Os eua estão mergulhados no mais profundo colapso em TODOS os sentidos. Não dá mais para encobrir que eles não se diferenciam em nada de TODOS os regimes que criticam, mas, como tem o poder das armas e são totalmente influenciados pela doutrina nazi sionista racista e fascista, são os maiores e verdadeiros grandes TERRORISTAS do mundo. São os condutores das maiores mazelas nos 4 cantos e o povo estadounidense precisa recuperar o poder e realmente conseguir resgatar sua Nação. Para começar, é preciso ter presidentes de verdade e não fantoches de 2 partidos que têm os mesmos "senhores", o sionismo internacional. Vivemos um momento decisivo onde devemos apoiar a Resistência mundial e lutar para derrubar o eixo que venceu o outro eixo na 2ª guerra e construir um mundo livre voltado para o socialismo do século XXI. Não ao capitalismo e ao comunismo, duas faces da mesma moeda controladas pelos sionismo. sem opinião
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Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
A situação é periclitante, se antigamente se concedia o Nobel da Paz a quem de algum modo, plantava a paz no mundo, hoje (dada a escassez de boa fé geral) se concede o prémio a quem não faz a guerra... Como diria o sábio Maluf: "Antes de entrar queria fazer o bem, depois que entei, o máximo que conseguí foi evitar o mal"
Só assim pra se justificar esse Nobel a Obama, ou podemos ver como um estímulo preventivo a que não use da força bélica que lhe está disponível contra novos "Afeganistões" do mundo.
1 opinião
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honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
Considero ecelente vosso noticiario. Obrigado, aos 83 anos de mnha vida, 8 opiniões
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