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28/11/2008 - 20h48

Líder da oposição da Índia critica governo e diz que terroristas vieram pelo mar

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da Folha Online

O líder da oposição da Índia, Shri L.K. Advani, do radical hindu Partido do Povo Indiano, afirmou nesta sexta-feira que os terroristas responsáveis pelos ataques desta quarta-feira (26) em Mumbai não são indianos e chegaram à cidade pelo mar. Advani, que é candidato a premiê nas eleições gerais de maio de 2009, criticou o governo por desviarem os esforços para combater "os assim chamados grupos terroristas hindus".

Leia cobertura completa dos ataques
Confira mapa dos ataques terroristas
Ouça relato de brasileira em Mumbai

Altaf Qadri/AP
Soldado indiano mira o hotel Taj Mahal, em Mumbai, onde dois a três terroristas mantêm reféns há mais de 48 horas nesta sexta-feira
Soldado indiano mira o hotel Taj Mahal, em Mumbai, onde dois a três terroristas mantêm reféns há mais de 48 horas nesta sexta-feira

Na quinta-feira, o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, também afirmou que os ataques terroristas em Mumbai têm participação de grupos estrangeiros. A declaração foi entendida como uma acusação ao governo Paquistão, já que os dois países vivem tensão histórica pela disputa da Caxemira.

O líder da oposição foi a Mumbai nesta sexta-feira, onde visitou locais que foram atacados na quarta-feira, além de um hospital com 102 feridos dos atentados que deixaram cerca de 148 mortos e 327 feridos.

Segundo Advani, a abordagem sem seriedade do governo ao terrorismo é reforçada por relatos de que os terroristas de Mumbai chegaram pelo mar. Ele diz que as agências oficiais têm alertado o Ministério do Interior sobre a possibilidade de terroristas chegarem pelo litoral, mas o governo não fez nada para fortalecer a Marinha ou a Guarda Costeira.

Ameaça externa

"Como resultado, há relatos de que dois navios-mãe deixaram os terroristas de Mumbai a 15 milhas náuticas da costa de Mumbai, e eles conseguiram chegar ao seu destino sem serem interceptados", afirmou, em nota.

Advani diz ainda que o grau de planejamento e quantidade de munição usada indicava que os terroristas provavelmente não eram indianos. "Minhas suspeitas foram confirmadas quando o governo de Maharashtra [estadual] me disse que um terrorista admitiu ter chegado pelo mar. Agora parece que o telefone celular de um terrorista tem origem paquistanesa."

O político afirma que tais fatos reforçam o que ele vem afirmando, de que as agências de inteligência têm desviado a atenção para o "assim chamado terror hindu", o que teria permitido os terroristas de Mumbai passarem despercebidos.

Reiterando a crítica da oposição, de que o governo é não é duro o suficiente com os terroristas, ele disse esperar que o governo passe a ter uma "resposta robusta e tolerância zero ao terrorismo."

"Numerologia"

"Para começar, insto novamente o primeiro-ministro a realizar uma conferência de chefes de ministérios de todos os Estados da costa oeste para ativar uma estratégia firme para lidar com a nova ameaça do terror vinda do mar."

O político afirma que há uma coincidência desde 2002, pois "quase todos os grandes ataques terroristas na Índia ocorreram nos dias 13 ou 26 do mês". "Apenas neste ano, a explosão de Jaipur ocorreu em 13 de maio, seguido por Ahmedabad, dia 26 de julho, Nova Déli no dia 13 de setembro e agora Mumbai, no dia 26 de novembro", afirma Advani.

"Me pergunto se teremos de apelar à numerologia que à inteligência para antecipar ataques terroristas."

O número de mortos nos atentados subiu para 148 nesta sexta-feira, enquanto outras 327 pessoas estão feridas. Agências internacionais como a Associated Press falam em 150 mortos, e a rede local IBN, afiliada à CNN, cita 160 mortos.

Ataques

Após tomar o controle do hotel Oberoi Trident e de um centro judaico, as forças de segurança indianas tentam eliminar a última resistência --cerca de dois ou três terroristas entrincheirados no hotel Taj Mahal, com ao menos dois reféns em seu poder. O grupo se move entre dois andares do hotel, segundo o general Noble Thamburaj, comandante da Região Militar do Sul da Índia e encarregado de coordenar a operação contra os terroristas.

Ao longo do dia, as tropas indianas tomaram primeiro o controle do hotel Oberoi, que percorreram andar por andar, indo em todos os quartos e libertando os hóspedes presos no local. Durante a operação, mataram dois terroristas e encontraram 24 cadáveres, de acordo com fontes oficiais.

Mais tarde nesta sexta, as tropas invadiram o centro judaico Chabad Lubavitch, construção de cinco andares, à qual chegaram ao descer de helicópteros através de cordas.

Os agentes se enfrentaram durante duas horas com os terroristas e mataram dois deles, segundo Dutt. Ele afirmou que os terroristas mataram cinco dos oito reféns que mantiveram no centro, entre eles o rabino e a sua esposa, cujo filho de dois anos foi levado por um cozinheiro que fugiu do local.

O ataque contra a capital financeira da Índia começou nesta quarta-feira (26), quando um número ainda indeterminado de terroristas se espalhou por regiões nobres da cidade, onde ficam dois dos mais luxuosos hotéis: Taj Mahal e Oberoi Trident, além do aeroporto internacional.

Explosões também foram registradas em outros pontos, como a estação de trem Chhatrapati Shivaji, uma das mais movimentadas da Índia, um cinema, delegacias, um hospital que atendia feridos nos ataques e o popular Café Leopold, muito freqüentado por turistas e gente de "Bollywood", a indústria cinematográfica indiana. É neste bar, inclusive, que caças-talento procuram novos rostos para participar de filmes.

Com agências internacionais

 

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