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"A chance de acordo de paz em Gaza é quase zero", diz especialista
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da Folha Online
Depois de trabalhar 20 anos no Departamento de Estado dos EUA, como negociador do conflito entre israelenses e palestinos, Aaron David Miller reduz a "quase zero" as chances de um efetivo acordo de paz entre israelenses e palestinos.
Em entrevista concedida por telefone à Claudia Antunes, editora de Mundo da Folha, (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal), ele diz que nunca acreditou, mesmo antes da ofensiva militar israelense lançada contra a faixa de Gaza, que, em seu sexto dia consecutivo, matou ao menos 400 pessoas, que seria possível ter um acordo entre israelenses e palestinos.
Para justificar sua opinião, ele lista três razões: um movimento nacional palestino dividido, as diferenças significativas entre as visões de palestinos e israelenses em temas cruciais à negociação, como Jerusalém, fronteiras e segurança, e a própria indecisão de Israel sobre o acordo.
"Mas a ação israelense tornará as coisas mais difíceis. E, mesmo que isso não acontecesse, as três principais razões pelas quais um acordo final entre Israel e os palestinos não é possível agora vão ser agravadas pelo ataque", admite Miller, que acaba de lançar seu quarto livro, "The Much too Promised Land" ("A terra muito prometida").
Na obra, seguindo uma tradição de especialistas que trocam o governo pela academia, Miller faz uma autocrítica do viés pró-Israel de Washington nas negociações. Ele diz acreditar que o presidente eleito Barack Obama não pressionará Israel por um acordo quando assumir a Casa Branca, em 20 de janeiro.
"Se ele sentir a perspectiva de um rompimento do impasse, então, como aconteceu nas poucas vezes em que um governo americano foi duro com Israel, ele vai atuar. Mas ele não irá contra Israel por princípio, e vai dar a Israel, no que concerne à segurança, um tremendo raio de ação", disse.
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