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Premiê israelense afirma que ofensiva terrestre foi "inevitável"
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da Folha Online
O premiê israelense, Ehud Olmert, afirmou neste domingo que a invasão terrestre das Forças de Defesa israelense na faixa de Gaza, iniciada na tarde deste sábado, era inevitável. A ofensiva terrestre era vista como iminente há dias e sua concretização afasta ainda mais a possibilidade de um cessar-fogo entre Tel Aviv e o movimento islâmico radical Hamas.
"Por meses nós temos dado uma chance de cessar-fogo, na esperança de que nós seríamos capazes de evitar uma operação militar de grande escala, mas nossas esperanças foram destruídas", disse Olmert, em reunião com seus ministros.
Depois de uma madrugada de confrontos que deixaram 30 soldados feridos e 23 palestinos mortos, entre os quais três membros do Hamas, segundo o jornal "Haaretz", o Exército israelense opera neste domingo na entrada da Cidade de Gaza, a dezenas de quilômetros da fronteira com Israel, em uma estratégia que dividiu a faixa de Gaza em dois.
No nono dia consecutivo da grande ofensiva militar israelense, as Forças de Defesa mantiveram ataques aéreos e ampliaram a ofensiva terrestre, considerada o segundo passo da grande ofensiva militar que deixou ao menos 460 mortos e cerca de 2.350 feridos.
O ministro da Defesa, Ehud Barak, também presente na reunião, afirmou que, embora difícil, a ofensiva militar israelense na faixa de Gaza "será estendida e intensificada se necessário".
"Guerra está cheia de surpresas e desafios difíceis, mas nossos melhores soldados estão comandando a operação", disse Barak.
Na reunião do gabinete de segurança, o premiê ouviu resumos diplomáticos e de segurança sobre a ofensiva militar, um dia depois que a ofensiva terrestre reduziu as chances de uma saída diplomática para o confronto.
Vítimas
O premiê, que já havia alertado que a ofensiva aérea era apenas a primeira etapa da operação militar, justificou a operação em um recado às mães dos soldados israelenses. "Eu pensei nisso por muito tempo, tentando ver se havia um alternativa a enviar nossos filhos para um local perigoso do qual alguns deles podem não retornar", disse.
"Hoje, eu posso olhar no olho de cada um de vocês e dizer que tudo que fizemos tudo que poderíamos ter feito antes de lançar esta operação. Foi inevitável", disse Olmert sobre a ofensiva terrestre que, diante do confronto direto com militantes do Hamas, deve aumentar o número de vítimas dos dois lados.
Olmert afirmou ainda que não deixará uma crise humanitária ocorrer em Gaza, embora a ONU (Organização das Nações Unidas) já tenha alertado para o agravamento da situação e o colapso do sistema de saúde da região. Segundo a organização, cerca de 80% da população local depende inteiramente da ajuda humanitária para sobreviver.
"Israel não está lutando com os palestinos que vivem em Gaza. Eles não são nossos inimigos. Eles são vítimas de uma opressão violenta e cruel", disse o premiê, em um discurso ecoado também por outras autoridades israelenses.
"Nós ajudaremos com suprimentos médicos e comida como qualquer país moral deve fazer", disse Olmert.
O governo Israelense permite a entrada, diariamente, de 60 caminhões carregados com produtos de primeira necessidade desde o início do confronto, no último dia 27.
Este número supera a quantidade permitida antes da ofensiva, informa a ONU, mas ainda é inferior aos 475 veículos com ajuda humanitária que chegavam a Gaza antes de junho de 2007, quando o Hamas assumiu o controle do território.
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