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18/01/2001 - 00h00

Bush poderá dar novo impulso à relação dos EUA com a América Latina

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da France Presse
em Wasgington

O presidente eleito dos EUA, George W. Bush, afirmou que a integração com a América Latina será uma prioridade de seu governo, entretanto espera uma árdua batalha no Congresso para conseguir o "fast-track"(autorização legislativa para que o Executivo negocie acordos que, depois, o Congresso apenas aprova ou rejeita em bloco, sem poder emendar) que precisa para criar uma zona de livre comércio.

A maioria dos analistas em Washington concorda que, para demonstrar seu compromisso com a região, Bush deve definir rapidamente uma estratégia destinada a conseguir este ano uma solução rápida e retomar a negociação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

"Não vai ser fácil", comentou Michael Shifter, vice-presidente do organização independente Diálogo Interamericano, com sede em Washington, ao antecipar resistências no partido democrata e, em menor grau, no próprio partido republicano, majoritário no Congresso.

De qualquer maneira, a América Latina estará em pauta na agenda de Bush imediatamente depois de chegar à Casa Branca no próximo dia 20.

A criação da Alca, zona livre de barreiras aduaneiras do Alaska à Terra do Fogo, até 2005 será o tema central da 3ª Cúpula das Américas, que acontece em abril no Quebec (Canadá), da qual participarão todos os chefes de estado do hemisfério, exceto o cubano Fidel Castro.

"O fast-track é uma das prioridades do presidente", disse Ari Fleischer, porta-voz de Bush, que na semana passada nomeou Robert Zoellick como representante de Comércio, cargo chave para a negociação da Alca.

A "'via rápida" permite ao presidente negociar acordos comerciais e submetê-los posteriormente ao Congresso, que pode aprová-los ou rechaçá-los, sem introduzir modificações.

O presidente Bill Clinton teve acesso ao dispositivo para negociar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte, com o México e Canadá, mas não conseguiu renovar a autorização para usar a "via rápida". A principal razão da negativa foi o medo da ala de esquerda do seu partido democrata, que temia uma fuga de postos de trabalho para países com mão-de-obra mais barata.

Segundo o especialista, se Bush deseja enviar um sinal de compromisso forte com a América Latina, deve agir rapidamente em três frentes: a Alca, uma nova relação com o México e planos para a Colômbia.

"Bush deve responder de maneira favorável e positiva algumas das idéias que o presidente Vicente Fox adiantou em matéria de imigração (fronteiras abertas) e luta antidrogas", disse o especialista.

A Colômbia será outra prioridade: a chegada de Bush ao poder coincide com a prova de fogo da estratégia elaborada pelos EUA para combater o tráfico de drogas em Putumayo, região Sul da Colômbia, fronteira com Peru e Equador onde há forte presença da guerrilha.

Segundo Shifter, Bush deverá aquietar o nervosismo que existe na América Latina respondendo sobre o que os EUA estão fazendo e quais as outras opções. Cuba, um ponto incômodo para os Estados Unidos no continente, continuará gerando discussões em Washington entre partidários da modificação da política de embargo e da linha anticastrista, que afirma ter ficado mais forte depois da vitória eleitoral de Bush.

"Os adversários ao embargo contra Cuba vão se chocar contra um muro no Congresso", advertiu na semana passada o ultraconservador Jesse Helms, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado.

Os especialistas especulam ainda sobre um possível recrudescimento das relações entre Washington e Hugo Chávez. Entretanto, o presidente venezuelano continuará dispondo do petróleo como arma para impulsionar um política externa independente, a qual nem sempre agrada os EUA.

 

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