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12/12/2002 - 16h50

ONU visita fábrica de mísseis; Bagdá nega ter fornecido gás à Al Qaeda

da Folha Online

Os técnicos da ONU (Organização das Nações Unidas) iniciaram hoje a inspeção de uma fábrica de mísseis chamada Al-Nida, nos arredores de Bagdá. Esta é a primeira vez que os inspetores de armas vão a uma fábrica de mísseis desde que chegaram ao Iraque, no dia 25 de novembro.

Enquanto isso, o governo de Saddam Hussein negou as denúncias de que teria fornecido arma química à rede Al Qaeda, de Osama Bin Laden.

Além disso, o Iraque declarou hoje que não possui nenhum míssil Scud norte-coreano e que seu potencial nesse aspecto equivale a "zero", segundo o diretor do Organismo de Controle iraquiano, general Hossam Mohamed Amin.

'Não temos mísseis Scud. Nosso potencial equivale a zero', afirmou Amin durante uma entrevista em Bagdá.

As equipes de inspeção da ONU "fizeram um inventário detalhado sobre esses mísseis", informou o general iraquiano.

'O Iraque também provou, por meio de documentos e da inspeção de restos de Scud [destruídos], que não possui nenhum míssil desse tipo', acrescentou o general Amin.

Especialistas da ONU inspecionaram hoje seis áreas militares e industriais do Iraque, incluindo a empresa Al Nida, situada na cidade de Zaafaraniya, 20 km ao oeste de Bagdá.

Antes da guerra do Golfo (1991), essa fábrica, que integra o Organismo de Industrialização Militar, contribuía na produção de mísseis Al Hussein, a versão iraquiana do míssil Scud soviético.

As resoluções do Conselho de Segurança da ONU que acabaram com a guerra do Golfo proíbem que o Iraque tenha mísseis com alcance de 650 km. Os iraquianos só têm autorização para armazenar mísseis de menos de 150 km de alcance.

Al Qaeda
O governo do Iraque negou e chamou de "ridícula" a informação de que teria fornecido gás VX, que ataca o sistema nervoso, para a rede terrorista Al Qaeda. A informação foi divulgada hoje pelo jornal norte-americano 'The Washington Post'. Segundo o jornal, a arma química teria sido contrabandeada para a rede terrorista através da Turquia.

'Isso é realmente uma suposição ridícula da administração norte-americana', disse o general Hossam Mohammed Amin. "Eles (os EUA) sabem muito bem que nós não temos substâncias proibidas", acrescentou.

O jornal cita dois funcionários que tiveram acesso à informação. Essa fontes, que não tiveram seus nomes revelados, teriam falado ao jornal sem autorização da Casa Branca, mas disseram que ela é confiável. 'Jogo fora 99% das informações recolhidas, mas esta eu não joguei', disse uma das fontes.

O jornal afirmou que a transação envolveu o grupo sunita libanês Asbat al Ansar, que é ligado à Al Qaeda e recentemente estabeleceu uma base no norte do Iraque. As fontes do jornal dizem não saber, entretanto, se o Asbat al Ansar agiu por conta própria ou em nome da Al Qaeda.

Outras fontes do jornal, porém, disseram que a informação sobre o tráfico de armas químicas não é confirmada.

Se a notícia for verdadeira, será a maior prova de que a Al Qaeda recebe assistência material no Iraque, como acusa o governo norte-americano, que vê um eventual ataque ao país como parte da sua 'guerra ao terrorismo'.

O Iraque nega que tenha armas de destruição em massa.

Gordon Johndroe, o único funcionário autorizado pelo governo a comentar o assunto, disse que não há evidências concretas de que a Al Qaeda teve acesso a armas químicas.

Com agências internacionais

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